Filosofia



CONHECIMENTO HUMANO-FILOSÓFICO E CIENTÍFICO
Podemos dividir a História da Filosofia em 07 (sete) períodos.
São eles:
1º) Filosofia Antiga- Século VI a.C até VI depois de Cristo.
2º) Filosofia Patrística - Século I até o século VII
3º) Filosofia Medieval ou Escolástica -século VIII até o século XIV.
4º) Filosofia da Renascença- século XIV até o século XVI.
5º) Filosofia Moderna - século XVII até o século XVIII.
6º) Filosofia da Ilustração ou Iluminismo - meados do século XVIII ao início do século XIX.
7º) Filosofia Contemporânea- meados do século XIX aos dias atuais.

Compreensão e entendimento sobre a origem do universo e seus fenômenos, relacionado à explicação da natureza. O nascimento da Filosofia está vinculado principalmente à (ao): 
- Surgimento e organização da Polis (Cidade-Estado) - Revolução provocada pelo surgimento da moeda (desenvolvimento da economia) 
- Surgimento da lei escrita (documentação histórica) 
- Desmitificaçâo do mundo através das viagens marítimas (em destaque)
Tabela de comparação do Mito com a Filosofia:


Filosofia Antiga- Século VI a.C até VI depois de Cristo.
Período Pré-socrático ou cosmológico-Século VI a.C até o final do século V a.e.c. Esse período abrange o conjunto das reflexões filosóficas desenvolvidas desde Tales de Mileto (623-546 a.C.) até o aparecimento de Sócrates (468-399 a.e.c). Destaca-se, entre os objetivos desses primeiros filósofos, a construção de uma cosmologia (explicação racional e sistemática das características do universo) que substituísse a antiga cosmogonia (explicação sobre a origem do universo baseada nos mitos).

Período Socrático ou antropológico-Século V a.C até o final do século IV a.C
Questões ligadas ao comportamento humano, como a ética e a justiça estão relacionadas a esse período da Filosofia.
Período Sistemático.-Final do século IV a.C até o final do século III a.C.
Caracterizado pelo processo de sistematização de conceitos referentes a tudo o que foi pensado e refletido até esse momento. O personagem central é Aristóteles.
Período Helenístico ou Greco-romano -Final do século III a.C até o século VI depois de Cristo.
Momento caracterizado por transformações na cultura grega a partir da influência do Império Romano e posteriormente do Cristianismo.
Filosofia Patrística - Século I até o século VII
Questões relacionadas à religião tais como: criação, pecado original e temas ligados ao comportamento são características desse período.
A Filosofia Patrística é marcada pela tentativa de harmonizar os conceitos do Cristianismo com o pensamento filosófico greco-latino.
A Patrística teve em Santo Agostinho (354-430), o seu representante mais significativo. O filósofo procurou respostas para a resolução de questões conflitantes do cotidiano.
Ele admitia que o conhecimento seria possível tanto pelo aspecto sensível quanto pelo aspecto inteligível.Segundo ele,o aspecto inteligível tinha um caráter mais elevado.Sua inspiração para as teorias é baseada na filosofia platônica.
Filosofia Medieval ou Escolástica -século VIII até o século XIV.
A Idade Média foi caracterizada pela influência religiosa, baseada nos princípios e nos limites determinados pela Igreja Católica, o que causou um atraso no debate filosófico. O período também sofreu influências de conceitos platônicos e aristotélicos. A referência desse período na Filosofia, foi a Escolástica conhecida como a principal Filosofia medieval. A Escolástica representa à tentativa de conciliar fé e razão.
O principal expoente da Escolástica foi São Tomás de Aquino(1225-1274),que através de seus pensamentos fez alusões aos conceitos aristotélicos.
A Patrística tem como referência para seus conceitos o misticismo enquanto a Escolástica é baseada no pensamento aristotélico e retoma a dialética.
Filosofia da Renascença- século XIV até o século XVI.
Historicamente o período é caracterizado pela transição do pensamento teocêntrico, centrado em Deus, para o pensamento antropocêntrico, centrado no homem. Outra característica é o resgate de obras de autores greco-latinos. Ao prevalecimento da explicação religiosa do mundo, é contraposta a laicização do saber, da moral, da política, que é estimulada pela capacidade de livre exame. Da mesma forma  que em ciência se aprende a ver com os próprios olhos, até na religião os adeptos da Reforma defendem o acesso direto ao texto bíblico, dando a cada um o direito de interpretá-lo.
Filosofia Moderna - século XVII até o século XVIII.
Período caracterizado pela reflexão como elemento imprescindível para o raciocínio filosófico. A possibilidade de conhecimento e transformação pelos indivíduos são características marcantes desse período.
Filosofia da Ilustração ou Iluminismo - meados do século XVIII ao início do século XIX.
O objetivo principal consiste em propiciar aos indivíduos a chamada “luz”, ou seja, a iluminação para uma nova realidade, rompendo com a mentalidade presente no período medieval baseada no teocentrismo. Através da luz, o indivíduo atingiria a razão e por meio desta, alcançaria a liberdade.
As transformações ocorridas influenciaram em vários aspectos da vida dos indivíduos, entre eles, a parte social, envolvendo a moralidade, o cotidiano, a técnica, além do contexto político e artístico.
Filosofia Contemporânea- meados do século XIX aos dias atuais.
As características que seguem a Filosofia Contemporânea são as questões que envolvem o indivíduo no contexto social. As transformações ocorridas desde meados do século XIX impulsionaram mudanças na mentalidade e no comportamento dos indivíduos em âmbito social.
Podemos apontar como mudança no panorama histórico referente a esse período, a ascensão da Burguesia ao poder vigente, Guerras Mundiais e avanços científicos.


ÓTICAS DE CONHECIMENTO
Filosofia grega
De acordo com a própria história da Filosofia, não existe hierarquia de valores entre os filósofos Sócrates, Platão e Aristóteles, podendo ser atribuída aos três sem distinção a significativa importância para a disciplina estudada.
Sócrates dentro desse contexto será o personagem simbólico da Filosofia, sendo a figura que marcará a divisão do mundo filosófico em eras: pré e pós Socrática. Estima-se que tenha vivido por volta do ano do ano de 470 a.C e morrido em 399 a.C, condenado a morte sob acusação de corromper a juventude.
Sócrates não deixou registros, o que sabemos sobre seus conceitos são através de registros de discípulos, entre eles, Platão.
Não podemos deixar de mencionar a ótica de Sócrates em relação ao conhecimento, que segundo o filósofo, deveria ser fundamentado através de conceitos, onde o verdadeiro objeto de conhecimento era a realidade inteligível, pois o conhecimento verdadeiro consistia na busca pelo essencial, ou seja, a partir da generalização, da universalização das coisas e não do aspecto particular.
O entendimento desse processo pode ser identificado nos diálogos de Platão, quando nos apresenta o metodologia empregada por Sócrates como dialética.A chamada dialética socrática era constituída de 02(duas) etapas:a ironia e a maiêutica.
O Conhecimento segundo Platão

A obra de Platão sobre o conhecimento pode ser compreendida a partir da divisão do conhecimento. Vejamos:
Platão divide o conhecimento em 02(dois) momentos. O primeiro é denominado Conhecimento Sensível, esse conhecimento é composto por crenças e opiniões. O segundo é denominado Conhecimento Inteligível, esse conhecimento é corresponde ao raciocínio e a intuição intelectual.
Platão adverte que para o alcance da verdade, é preciso abandonar os componentes do conhecimento sensível e considerar o raciocínio e a intuição intelectual, componentes do conhecimento inteligível.
O raciocínio é expresso de maneira mais eficaz a partir da Matemática e a intuição intelectual, associada à ideia, tem sua propagação por meio do conhecimento da essência das coisas.
Mundo das ideias
Para Platão, as ideias são manifestadas de maneira transcendente, pois o mundo das ideias seria intransitável aos sentidos e somente por meio da inteligência poderia ser alcançado.
Método dos geômetras
O método tinha como objetivo principal raciocinar através das hipóteses levantadas. O método, originário da Matemática, para Platão tinha como propósito ir além de um simples confronto de consciências:
Pretendia fazer do diálogo um embate de teses, utilizando-se,para isso,do “método dos geômetras”,por meio do qual buscava resolver problemas teórico.


Mito da caverna
O mito relata uma caverna,onde homens e mulheres vivem presos e acorrentados,em completa escuridão,visualizando sombras de fora da caverna.Essas sombras causam medo,apresentando a esses prisioneiros uma ameaça. Relatado no Livro VII de República,O mito da caverna.Platão faz uma reflexão sobre conhecimento e ilusão a partir da condição humana de romper com o estabelecido e buscar novas perspectivas.
Esse mito nos revela que muitas vezes o desconhecimento nos impulsiona ao imaginário,e esse imaginário nos provoca receio de uma realidade que ainda não conhecemos.
O conhecimento segundo Aristóteles
Aristóteles(384-322 a.C )
Aristóteles divide o conhecimento em 07(sete) aspectos. São eles:

Para Aristóteles, nenhum conhecimento deve ser abandonado ou substituído, mas sim acumulado através de informações adquiridas por meio de todos os graus de conhecimentos.
A intuição intelectual seria a única a ser separada dos demais graus, pois para ele corresponde ao pensamento puro que independe dos demais:
Em cada um deles temos acesso a um aspecto do Ser ou da realidade e, na intuição intelectual, temos o conhecimento dos princípios universais e necessários do pensamento. Nos outros graus, o conhecimento é obtido por indução ou por dedução, por demonstrações e provas, mas no último grau conhecemos o que é indemonstrável (princípios) porque é condição de todas as demonstrações e raciocínios.

Entendendo Aristóteles
Segundo o filósofo, dentro da perspectiva de conhecimento, é necessária a definição sobre o que realmente importa ser conhecido. Para Aristóteles, a conciliação entre o conhecimento da essência das coisas com o movimento harmonioso dos entes materiais é uma questão a ser considerada.
O objeto de estudo da Filosofia na ótica de Aristóteles é o ser, compreendido como sabedoria. Posteriormente passou a ser denominada de Metafísica.
Metafísica aristotélica
Na concepção da metafísica aristotélica, o acidente seria o movimento que não interfere ou altera a identidade do ser, mas há também o movimento que o alcança em sua substância, dando procedência a outro ser, denominado como o movimento de transição da potência ao ato.
Para a efetivação do conhecimento da substância, Aristóteles considerava essencial o contato sensível, através dos sentidos. Para ele, a substância é considerada imanente ao ente e seu conhecimento só poderá acontecer se considerada sua manifestação material.
Relações e diferenças entre Platão e Aristóteles
 Aristóteles herda de Platão esse anseio por satisfazer a noção de epistéme,que deve tratar sempre de conteúdos imutáveis de conhecimento.Afasta-se,porém,do mestre ao rejeitar a existência de ideias ou formas apartadas da matéria,existentes por si.Confere a ousía as próprias coisas,entende Aristóteles.Ousía aplica-se às coisas sensíveis,ao domínio da natureza.
Ousía- substância ou essência.

Diferenças entre o pensamento platônico e o aristotélico
Aristóteles se opõe ao conceito de ideias de Platão, alegando limitação em relação ao conhecimento dos seres. A existência dos seres não é explicada, porque a essência é atribuída a algo transcendente e não imanente.
A importância da Filosofia grega
No século V a.C, a Filosofia surge dentro de um contexto em que a insatisfação torna-se um componente fundamental para alguns gregos buscar o entendimento sobre o mundo e os indivíduos.
As explicações decorridas de sua cultura criaram uma insatisfação, iniciando assim as primeiras indagações acerca da realidade através da procura de respostas para as questões vigentes.
A Filosofia pode ser entendida como uma pretensão para alcançar o conhecimento da realidade natural e humana.
Atribuir à origem da Filosofia à Grécia não impossibilita que outros povos tenham pensado sobre o conhecimento e suas vertentes.
A influência da Filosofia pode ser identificada a partir de princípios fundamentais que fazem parte de nosso cotidiano, seja através de termos como: anarquia ou cronologia até conceitos desenvolvidos como: arte, ética, política, razão, entre outros.
A Filosofia é uma instituição cultural e tipicamente grega. O legado da Filosofia ao ocidente corresponde aos fatores históricos e políticos que impulsionaram sua propagação e predominância na cultura ocidental:
Quando se diz que a Filosofia é um fato grego, o que se quer dizer é que ela possui certas características, apresenta certas formas de pensar e de exprimir os pensamentos, estabelecem certas concepções sobre o que seja a realidade, a razão, a linguagem, a ação, as técnicas, completamente diferentes das de outros povos e outras culturas.
Contribuições ao Ocidente
- O desenvolvimento da ideia de que a natureza age satisfazendo as leis e princípios universais;
- Leis geométricas;
- A concepção de que as leis necessárias e universais da natureza podem alcançar o conhecimento humano;
- Pensamento atrelado às leis, as regras ou normas universais, possibilitando a distinção do conceito de verdadeiro do conceito de falso, criando assim a concepção de que nosso pensamento é lógico;
- A ideia de que os indivíduos buscam realizações como: felicidade, justiça ou verdade, criando valores que justificam suas atitudes frente ao cotidiano;
- Percepção de que o conhecimento não é algo secreto ou misterioso, mas sim pertinente a todos que se dispuser a encontrá-lo.

RACIONALISMO E EMPIRISMO 

Contexto histórico
O século XVII representa um momento de mudanças para a humanidade, pois é a partir desse período que a percepção em relação ao indivíduo e ao mundo começam a ter conotações diferenciadas. A participação da nova classe, a burguesa, determina novidades em relação à produção cultural.
Revolução científica
A chamada Revolução científica significou uma ruptura com a proposta aristotélica em relação à inteligibilidade. Com o objetivo de não cometer equívocos surge como característica do pensamento moderno, a Questão do método.
Questão do método
Destinado ao problema do conhecimento (teoria do conhecimento ou epistemologia) através da centralização da questão do conhecimento no sujeito.
As tentativas de encontrar soluções para o conhecimento deram origem a duas correntes, o empirismo e o racionalismo.
Racionalismo
A teoria do racionalismo atribui à razão a forma pela qual se alcança o conhecimento. A Matemática surge para os racionalistas como um conhecimento verdadeiro. A razão é o princípio fundamental para qualquer produção de conhecimento.
Racionalismo cartesiano
René Descartes pretende alcançar a verdade através da razão, não deixando espaços para possíveis dúvidas. Descartes combate as ideias do senso comum. Seguindo rigorosamente o caminho, o método por ele estabelecido, começa duvidando de tudo, até reconhecer como indubitável a própria existência. E na  descoberta da subjetividade que residem as variações do novo tema. O filósofo passa a se preocupar com o sujeito que conhece, mais do que com o objeto conhecido. E tão importante a questão do método no século XVII que Descartes a coloca como ponto de partida do seu filosofar. A dúvida metódica é um artifício com que demole todo o edifício construído do saber para recomeçar tudo de novo. O método adquire um sentido de invenção e descoberta, e não mais a possibilidade de demonstração organizada do que já é sabido.
Empirismo
O empirismo tem como fundamento para o alcance do conhecimento as experiências. O conhecimento entendido como verdadeiro é obtido por meio das ciências naturais, como a Química. Na perspectiva empirista, a sensação e a percepção são oriundas de fatores exteriores. O empirismo tem como significado a experiência, segundo os empiristas o conhecimento é alcançado através das experiências sensíveis, divergindo do racionalismo.
Empirismo inglês
Francis Bacon: Segundo métodos considerados precisos, Bacon adverte para a necessidade da experiência e da investigação.
John Locke: Locke considera que o conhecimento será efetivado através da experiência sensível, opondo-se a Descartes por suas ideias inatas.
"O racionalismo é associado à razão e o empirismo às experiências sensíveis."
ILUMINISMO (SÉCULO XVIII)
O Iluminismo também ficou conhecido como Época do Esclarecimento ou Era da Razão. Corresponde ao período histórico marcado pela movimentação intelectual de elite, tinha como objetivo transformar a estrutura social através da razão e do conhecimento prévio.
O diferencial existente que marca o período mencionado está no comportamento crítico relacionado tanto ao poder quanto ao pensamento existente.
Durante esse período foi possível identificar a mudança de conceitos, a razão torna-se elemento essencial para entendimento e atrelada a ela, a liberdade.
Relações entre Razão e Liberdade
O período corresponde ao Iluminismo e está amparado na pretensão de que o indivíduo através da razão tem direito natural a liberdade de pensamento, ação e manifestação. A associação da razão à liberdade é presente durante o período.
Segundo os iluministas, somente a liberdade individual impulsionaria a efetivação do esclarecimento. A característica principal seria a crença na razão.
Durante o período vários nomes integram o quadro do Iluminismo, entre eles, temos, Immanuel Kant.
Conhecimento segundo Kant

Segundo Kant, a razão está vinculada ao reconhecimento de seus próprios limites, pois somente assim não tenderia ao dogmatismo.

Kant e o conhecimento
Para Kant, o conhecimento está presente na faculdade de conhecer do sujeito.O conhecimento ocorre por meio da interação entre intuições proporcionadas,dadas pela sensibilidade(noções de tempo e espaço), seguidas das categorias do entendimento.
Kant adverte que a partir do momento em que o sujeito vai de encontro ao conhecimento, ele o concebe não como uma coisa, mas sim como um fenômeno,através da percepção do sujeito em meio as suas limitações.


RELAÇÃO E DISTINÇÃO ENTRE FILOSOFIA E CIÊNCIA 
No século XVII, a partir da revolução metodológica iniciada por Galileu, as ciências particulares começam a delimitar seu campo específico de pesquisa. Pouco a pouco, desde esse período até os tempos atuais, ciências como a física, astronomia, química, biologia, psicologia, sociologia, economia etc. se especializam e investigam "recortes" do real. 
Apesar dessa separação entre o objeto da filosofia e das ciências, o filósofo continua tratando da mesma realidade apropriada pelas ciências, uma vez que jamais renuncia a considerar o seu objeto do ponto de vista da totalidade. Como vimos, a visão da filosofia é de conjunto, ou seja, o problema nunca é examinado e modo parcial, mas sempre relacionando cada aspecto com os outros do contexto em que está inserido. 
Se a ciência tende cada vez mais para a especialização, a filosofia, no sentido inverso, quer superar a fragmentação do real, daí sua função de interdisciplinaridade, buscando estabelecer o elo entre as diversas formas do saber e do agir. 
A filosofia ainda se distingue da ciência pelo modo como aborda seu objeto: em todos os setores do conhecimento e da ação, a filosofia está presente como reflexão critica a respeito dos fundamentos desse conhecimento e desse agir. Por exemplo, se a física ou a química se denominam ciências e usam determinado método, não é da alçada do próprio físico ou do químico saber o que é ciência, o que distingue esse conhecimento de outros, o que é método, qual a sua validade, e assim por diante. Eles até podem dedicar-se a esses assuntos, mas, quando o fazem, estão colocando questões filosóficas. O mesmo acontece quando, por exemplo, o psicólogo define o conceito de liberdade, o que já significa fazer filosofia. 
Mais uma diferença entre filosofia e ciência: os resultados das investigações científicas  e  a sua verificabilidade permitem uniformidade de conclusões e, com isso, a ciência adquire maior objetividade. Nesse sentido, a ciência trabalha com juízos de realidade, já que de uma forma ou de outra pretende mostrar como os fenômenos ocorrem, quais as suas relações e, conseqüentemente, como prevê-los. De modo diferente, a filosofia faz juízos de valor, porque o filósofo parte da experiência vivida e vai além dessa constatação, não vê apenas como é, mas como deveria ser. Por exemplo, discute qual o valor do método científico, ou quais as consequências éticas de um experimento. A filosofia julga o valor do conhecimento e da ação, sai em busca do significado: filosofar é dar sentido à experiência.

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