Correntes Marítimas
As
correntes
marítimas são
movimentos de grandes massas de água dentro de um oceano ou mar. Tal
qual a circulação dos ventos, as correntes marítimas têm a
característica de influenciar o clima das regiões em que atuam,
possuem direções e constâncias bem definidas.
As
correntes marítimas têm sua origem na circulação dos ventos na
superfície e pelo movimento de rotação da Terra (Efeito
Coriolis – uma força causada pela inércia sobre corpos que se
encontram em rotação, o
que faz com que a movimentação das correntes tenham uma forma
circular).
Elas transportam consigo umidade e calor interferindo também na vida
marinha e, consequentemente,
tendo influência direta no equilíbrio dos oceanos e mares.
É
válido citar que a
salinidade, a
pressão atmosférica, a
forma que o relevo submarino e até a forma dos continentes e ilhas
interferem na orientação do deslocamento dessas correntes.
As
principais correntes marinhas do mundo são: a Corrente
do Golfo,
que se move no sentido sul-norte pela costa leste dos EUA e depois
pela Europa, a Corrente
do Brasil, que se move no sentido norte-sul pela costa brasileira, a
corrente de Humbolt, que se move pelo Oceano
Pacífico
e que está relacionada com o acontecimento do efeito “El-Niño”
e
ao Deserto do Atacama, no
Chile
(a queda
de temperatura do ar provoca a condensação e a formação de chuvas
sobre o oceano Pacífico e a massa de ar perde toda a umidade antes
de atingir o continente),
e a Corrente
de Bengala, que se move no sentido oeste-leste na direção do Oceano
Índico.
As
correntes marítimas podem ser classificadas de acordo com a
temperatura do local onde se formam em: correntes quentes, se formam
nas zonas equatoriais (correntes das Guinas, do Golfo, do Brasil e a
Sul Equatorial, além
destas correntes importantes, há também a Kuroshio, ou
Corrente
do Japão, que
é uma corrente do Pacífico que suaviza o inverno no Japão),
elas
elevam a temperatura das regiões litorâneas e podem ser
responsáveis pela maior umidade;
correntes frias, que se formam nas regiões polares (correntes do
Labrador, de Humbolt, das Malvinas, ou
Falklands, responsável pela existência do deserto do sul argentino
da Patagônia, condensando o ar úmido proveniente do Atlântico e
precipitando as chuvas antes de penetrar o continente,
de Bengala e a Circumpolar Antártica), além
de resfriarem as regiões coteiras, elas podem, em certas
circunstâncias, impedir a penetração de umidade no continente e
formas climas secos, como pode ser visto anteriormente.
OBS:
É preciso
ter em mente que, em termos de radiação e temperatura, as zonas
equatoriais (baixas latitudes) são sempre mais quentes do que as
áreas polares e subtropicais
(elevadas latitudes).
É
importante ressaltar que
as correntes
marítimas são
originadas em parte pela ação dos ventos
e
sua
influência no clima se dá principalmente pela regulação por parte
dessas correntes da composição das massas de ar. Outro
fato é que devido ao Efeito Coriolis, a
direção acontece em sentidos diferentes conforme o hemisfério: no
Norte,
elas movimentam-se no sentido horário e, no Sul,
no sentido anti-horário.
As
correntes
quentes
surgem nas áreas equatoriais, onde a radiação solar incide de
forma mais intensa durante todo o ano, o que faz com que suas
temperaturas sejam mais elevadas. Consequentemente, a densidade
dessas águas é menor, o seu deslocamento é menos profundo e rápido
e seu índice de evaporação é elevado, o que gera massas de ar
quentes e úmidas para diversas áreas do planeta.
As
baixas temperaturas das correntes frias fazem com que suas águas
evaporem-se em menor quantidade e, com isso, gerem menos umidade para
o ambiente ao seu redor. Por conta dessa configuração, as áreas
continentais que se encontram próximas a essas correntes não
recebem massas de ar úmidas, o que proporciona a existência de
climas mais áridos.
As
correntes frias possuem uma relevante função ambiental, pois, como
são mais profundas, interferem na movimentação de depósitos
orgânicos existentes nas áreas mais submersas das áreas oceânicas.
Esses depósitos afloram, então, à superfície e atraem uma grande
quantidade de cardumes, de forma que favorecem a prática da pesca,
em um fenômeno chamado de ressurgência.
Outra
importante função das correntes marítimas em relação ao clima
global é a distribuição das temperaturas, que impede que as áreas
que recebem mais radiação solar fiquem continuamente mais quentes e
as áreas polares fiquem continuamente mais frias, distribuindo
o
calor.
Além
de exercer um papel fundamental na regulação das variações
climáticas, as correntes marítimas têm também efeitos econômicos.
Concentram grande quantidade e variedade de cardumes, estimulando a
atividade pesqueira. Também dão velocidade às embarcações que
navegam no mesmo sentido de suas direções.
Como
a corrente quente do Golfo, evitam o congelamento de portos no
Atlântico Norte (Europa)
permitindo o fluxo de mercadorias o ano todo, suavizando
o rigoroso inverno de alguns países, principalmente nas ilhas
britânicas.
Por outro lado, a corrente fria do Labrador
migra
do Ártico para o Sul e congela os portos da costa nordeste da
América do Norte, estabelecendo uma regulação da atividade
econômica na região.
OBS: outros fatores que interferem no clima e que está relacionado com o oceano\mar, de certa forma são a Maritimidade e a Continentalidade.
A
maritimidade (proximidade do mar) é uma forma de equilíbrio
térmico, diminuindo a variação entre as temperaturas máximas e
mínimas. Isso é causado pela diferença em que se comportam os
oceanos e os continentes. No interior dos continentes, o aquecimento
é mais rápido, mas também é mais rápida a liberação do calor.
Os oceanos são mais demorados quanto a elevação da temperatura,
porém, conservam o calor por mais tempo. Sendo assim, os lugares
situados mais próximos do mar tem uma amplitude térmica menor,
enquanto que lugares mais afastados têm amplitude maior, sofrendo um
efeito antagônico chamado continentalidade.
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