Relevo



A superfície terrestre é composta por diferentes tipos de relevo: montanhas, planícies, planaltos e depressões. As diferentes feições da superfície formam os diferentes tipos de relevo.
Tudo o que vemos hoje como formações do relevo terrestre teve início há bilhões de anos, quando a crosta da Terra começou a se solidificar. Essa crosta se movimentam continuamente. São as placas tectônicas, flutuando sobre o magma derretido no interior da Terra, que fazem com que montanhas se elevem e que aconteçam terremotos, mudando o aspecto físico de uma região, ou com a presença do vento e da chuva, que provocam erosões e causam as modificações. Mesmo obedecendo a uma outra escala de tempo, a das Eras Geológicas, as forças da Terra estão constantemente refazendo o relevo.
Essas modificações são causadas especialmente pelos agentes modeladores do relevo que agem internamente (interior da Terra, também conhecida como endógena, mais especificamente, no Manto) ou externamente (fora do interior da Terra, também conhecida com exógena).

Para melhor analisar e compreender a forma com que essas dinâmicas se revelam, foi elaborada uma classificação do relevo terrestre com base em suas características principais, dividindo-o em quatro diferentes formas de relevo: as montanhas, os planaltos, as planícies e as depressões.

Montanhas
As montanhas são formas de relevo que se caracterizam pela elevada altitude em comparação com as demais altitudes da superfície terrestre (sua altura é acima de 3000 metros). Quando tidas em conjunto, elas formam cadeias chamadas de cordilheiras, a exemplo da Cordilheira dos Andes, na América do Sul, e da Cordilheira do Himalaia, na Ásia.
Existem diferentes processos responsáveis pela formação das montanhas. Por isso, há quatro tipos diferentes, classificados conforme a sua gênese: as vulcânicas, formadas pela ação e composição dos vulcões; as dobradas, que são as mais comuns, sendo formadas pela constituição dos dobramentos terrestres resultantes do tectonismo de aproximação; as erodidas, formadas a partir da erosão de suas áreas de entorno durante um lento processo de desgaste da superfície; e as falhadas, aquelas que surgem a partir dos falhamentos dos blocos rochosos, também provindo do tectonismo, porém, de afastamento\deslocamento vertical ou horizontal, que geram uma ruptura entre dois blocos terrestres, ficando soerguidos um sobre o outro

As montanhas dobradas são mais recorrentes porque são as mais jovens, com formação provável durante o período terciário da Era Cenozoica e, portanto, com menos tempo para desgastarem-se e deixarem de ser montanhas. As formações mais famosas são desse tipo, como a Cordilheira do Himalaia, na Ásia; os Andes, na América do Sul; os Alpes, na Europa; e as Rochosas, na América do Norte.

Ainda sobre as montanhas, temos os vale, que são depressões alongadas e estreitas, situadas entre montanhas, normalmente resultado da ação erosiva de um rio ou glaciar.

Planaltos
Os planaltos são áreas com uma relativa altitude (maior que 200 m) e uma superfície mais ou menos plana, com limites bem nítidos, estes geralmente constituídos por escarpas ou serras. Apesar de serem entendidos como áreas planas, suas superfícies são mais acidentadas do que as das planícies, com um maior número de serras e ondulações em suas paisagens, além de ser o tipo de relevo onde encontramos as chapadas. Os planaltos também podem ser definidos como sendo porções residuais salientes no relevo, que oferecem mais resistência aos processos erosivos.
Existem três principais tipos de planaltos: os cristalinos, formados por rochas cristalinas (ígneas intrusivas e metamórficas) e compostos por restos de montanhas que se erodiram com o tempo; os basálticos, formados por rochas ígneas extrusivas (ou vulcânicas) originadas de antigas e extintas atividades vulcânicas; e os sedimentares, formados por rochas sedimentares que antes eram baixas e que sofreram o soerguimento pelos movimentos internos da crosta terrestre, são montanhas antigas que foram erodidas ou resultaram da geodinâmica interna.


No Brasil, temos como exemplo desse tipo de relevo o Planalto Central, localizado em território dos estados de Goiás, Minas Gerais, Tocantins, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e o Planaltos e Bacias da Bacia do Paraná.
Os planaltos, por serem geralmente mais altos dos que as planícies, apresentam o predomínio de processos erosivos. Isso quer dizer que o desgaste do solo é maior do que o acúmulo de sedimentos, que costuma deslocar-se para áreas mais baixas. Quase sempre os planaltos estão cercados por depressões relativas, tal como costuma ocorrer no território brasileiro.
Dentre os planaltos, temos os seguintes subgrupos:
Escarpas: As escarpas geralmente são formadas pela erosão diferencial de rochas cristalinas ou pelo movimento vertical da crosta terrestre ao longo de uma falha geológica. Em outras palavras, rampas aclíveis que surgem nas bordas de planaltos. Frequentemente as escarpas estão na transição entre uma série de rochas sedimentares para outra série de uma composição e datação diferente. As escarpas que são formadas por falhas geológicas surgem quando uma falha move a superfície terrestre de modo a que um lado fique mais alto que o outro, dando origem a uma escarpa de falha. Ou seja, escarpas é uma elevação súbita do solo, podendo até mesmo ser vertical, também sendo chamadas de rampa ou aclives.
Chapadas: são formas de escarpas e topo plano. Situam-se a altitudes acima de 600 metros.
Morros: são formas de relevo com topos arredondados e altitudes entre 300 e 900 metros.
Serra: são formadas por cadeiras de morros pontiagudos, com altitudes que podem variar entre 600 e 3000 metros.
Colinas: são elevações de altitude inferior a 400m, têm formas arredondadas e fraco declive, as vertentes são pouco inclinadas.


Planícies
São áreas planas e com baixas altitudes, normalmente muito próximas ao nível do mar (inferior a 200 metros). Encontram-se, em sua maioria, próximas a planaltos, formando alguns vales fluviais ou constituindo áreas litorâneas. Caracterizam-se pelo predomínio do processo de acumulação e sedimentação, uma vez que recebem a maior parte dos sedimentos provenientes do desgaste dos demais tipos de relevo.
As planícies são, em geral, o tipo de relevo mais propício para a ocupação humana. No entanto, em regiões próximas a grandes cursos d'água, existem os riscos de enchentes, haja vista que os rios, em períodos de cheia, podem expandir-se muito rapidamente sobre vastas áreas, pois não há uma declividade muito acentuada no relevo capaz de deslocar rapidamente as águas para outras áreas. Essa ocorrência é chamada de planícies de inundação.
Em geral, as planícies costumam ser litorâneas, embora nem toda área de litoral constitua uma planície, e fluviais, próximas a leitos de rios. Uma planície fluvial muito conhecida no Brasil e no mundo é a do Rio Amazonas, que, por ser quase que totalmente plana, possui um baixo potencial hidroelétrico, uma vez que a declividade e a velocidade da água são baixas.
No Brasil, além da Planície Amazônica, encontramos as seguintes principais planícies: Planície Litorânea, Planície do Pantanal e a Planície da Lagoa dos Patos e Mirim, dentre outras.


Depressão
São áreas rebaixadas que apresentam as menores altitudes da superfície terrestre. Quando uma localidade é mais baixa que o seu entorno, falamos em depressão relativa, e quando ela se encontra abaixo do nível do mar, temos a depressão absoluta. O mar morto, no Oriente Médio, é a maior depressão absoluta do mundo, ou seja, é a área continental que apresenta as menores altitudes, com cerca de 396 metros abaixo do nível do mar.

A formação das depressões costuma acontecer de duas formas: a primeira é pelo seu desgaste ou erosão ao longo de milhares de anos, o que é causado pela sua composição menos resistente do que a de outras áreas em seu entorno, isso é, constituem as depressões as áreas rebaixadas por erosão que circundam as bordas das bacias sedimentares, interpondo-se entre essas e os maciços cristalinos, e a segunda é pelos movimentos epirogenéticos da Terra, quando uma região lentamente “afunda” em razão das forças endógenas do planeta.
Nas depressões, diferentemente das planícies,  os processos de sedimentação não superam os de erosão.

No Brasil, temos a Depressão Sul Amazônica sendo a mais importante e destacável. Outros exemplos são a Depressão Cuiabana, a Depressão do Tocantins e a Depressão Periférica Sul-Rio Grandense, dentre outras. 

Formação e Modificação dos Relevos:
A evolução do relevo depende do balanço da ação dos vários agentes:
Agentes Externos\Exógenos - “Destruidores” do relevo: por ação destes agentes, as formas de relevo são alteradas, são forças que agem sobre o relevo, acentuando-lhe ou aumentando-lhe as diferenças e os desníveis.. Os agentes erosivos responsáveis pela alteração são:
As águas da chuva – erosão pluvial, a enxurrada é um dos processos mais importantes envolvendo a água da chuva. Enxurrada é uma grande quantidade de água que corre com violência, resultante de chuvas abundantes. Essa violência das águas tem um grande poder erosivo. Em terrenos inclinados, sem cobertura vegetal, as enxurradas podem desenhar desde sulcos superficiais até outros mais profundos, chamados ravinas. No Brasil, a ação combinada das enxurradas e das águas subterrâneas causa as voçorocas, enormes buracos que destroem trechos de terra cultiváveis, prejudicando a agricultura.
– Os rios – erosão fluvial;
– O mar – erosão marinha, também conhecida como Abrasão Marinha quando é resultante à ação contínua das ondas que atacam a base e os paredões rochosos do litoral. Esse fenômeno acaba causando o desmoronamento de blocos de rochas e o consequente afastamento desses paredões. Daí originam-se as costas altas que são chamadas de falésias.
O vento – erosão eólica;
O gelo – erosão glaciária. As geleiras são as principais modificações ocasionadas pelo gelo, elas são extensas massas de gelo que começam a se formar em locais muito frios, devido ao não-derretimento da neve durante o verão. O peso das camadas de neve acumuladas durante invernos seguidos acaba por transformá-la em gelo. Quando essa massa de gelo se desloca, realiza um trabalho de erosão nas rochas que as cercam, formando vales em forma de U;
Os seres vivos – erosão biológica. O acúmulo de dejetos biológicos é um tipo de intemperismo biológico.
A exposição ao ar – meteorização. O vento está carregado com pequenas partículas que ao atingirem uma rocha, acumula-se;
As diferenças de temperatura\variação térmica – um tipo de intemperismo físico. Em locais de climas com alta amplitude térmica diária, como no deserto do Saara, a grande variação de temperatura entre o dia e a noite, provoca a dilatação e a contração constantes das rochas que acabam por quebrar;
Temperatura – intemperismo químico. O intemperismo químico ocorre quando as rochas sofrem desgaste pela ação química da água e das substâncias que se encontram dissolvidas nela. As reações químicas, que se intensificam em climas mais quentes, desestruturam a camada superior exposta das rochas, fazendo com que elas comecem a se desfazer em pequenos pedaços, os quais chamamos de sedimentos. O processo também ocorre em outros tipos de regiões, principalmente as com grande concentração de água, onde esta entra pelas rachaduras das rochas e desintegrando-as;
Ação Antrópica – modificações que o homem realiza no relevo.

Agente Internos\Endógenos – Originadores e Modeladores dos Relevos
O Tectonismo. Também conhecido por diastrofismo, consiste em movimentos decorrentes de pressões vindas do interior da Terra, agindo na crosta terrestre. Quando as pressões são verticais, os blocos continentais sofrem levantamentos, abaixamentos ou sofrem fraturas ou falhas. Quando as pressões são horizontais, são formados dobramentos ou enrugamentos que dão origem às montanhas. As consequências do tectonismo podem ser várias, como por exemplo a formação de bacias oceânicas, continentes, platôs e cadeias de montanhas.
Os movimentos tectônicos podem ser classificados em dois tipos. São eles a orogênese, que refere-se ao movimento orogenético, relativamente rápido e que ao manifestar-se acaba dobrando, falhando e deformando as camadas rochosas. Como exemplo de um movimento orogenético, podemos citar os terremotos que, quando associados ao vulcanismo, correspondem a sinais anteriores ou posteriores de um tectonismo mais amplo. A orogênese nada mais é do que a elevação de uma grande área terrestre que acaba dando origem a cadeias de montanhas. Podemos dizer, portanto, que os terremotos e o vulcanismo são efeitos posteriores a esse levantamento nos Andes. Os sismos e o vulcanismo da faixa de Java ao Japão, entretanto, é um pouco diferente, sendo sinais precursores de uma grande cadeia de montanhas que ainda tomará forma na região.
A epirogênese, por sua vez, é caracterizada por sua lentidão, além de abranger áreas continentais e não ter força para deformar as estruturas rochosas, não produzindo, portanto, falhas ou dobras. Esse movimento, além disso, não está associado nem aos sismos e nem ao vulcanismo, sendo mais comumente encontrado em regiões mais estáveis da crosta terrestre. Atinge regiões de dimensões continentais, e acaba por formar arqueamentos, abaciamentos de grandes conjuntos montanhosos, ou ainda intumescências. Esses arqueamentos podem ter tamanhos diferenciados em diferentes pontos, assim como podem ser levantamentos em determinadas regiões e abaixamentos em outras.
O Vulcanismo. É a ação dos vulcões. Chamamos de vulcanismo o conjunto de processos através dos quais o magma e seus gases associados ascendem através da crosta e são lançados na superfície terrestre e na atmosfera. Os materiais expelidos podem ser sólidos, líquidos ou gasosos, e são acumulados em um depósito sob o vulcão, até que a pressão faça com que ocorra a erupção. As lavas escorrem pelo edifício vulcânico, alterando e criando novas formas na paisagem.
Abalos Sísmicos ou Terremotos. Um terremoto ou sismo é um movimento súbito ou tremor na Terra causado pela liberação abrupta de esforços acumulados gradativamente. Esse movimento propaga-se pelas rochas através de ondas sísmicas (que podem ser detectadas e medidas pelos sismógrafos). O ponto do interior da Terra onde se inicia o terremoto é o hipocentro ou foco. O epicentro é o ponto da superfície terrestre onde ele se manifesta. A intensidade dos terremotos é dada pela Escala Richter, que mede a quantidade de energia liberada em cada terremoto.

O Relevo Brasileiro
A classificação mais utilizada para o relevo do Brasil é a metodologia estabelecida pelo geógrafo brasileiro Jurandyr Ross, em 1989. Segundo ele, o relevo brasileiro é dividido em planaltos, planícies e depressões e leva em consideração a morfoestrutura (origem geológica), o morfoclima (influência dos atuais agentes climáticos) e o paleoclima (ação de antigos agentes climáticos), além da análise da morfoescultural (ação de agentes externos).

Note que o Brasil está localizado em uma grande placa tectônica, a placa sul-americana, o que impede o choque com outras placas, evitando, dessa forma, a existência de fenômenos naturais tais quais os terremotos e os maremotos.
Em síntese, o relevo brasileiro apresenta as seguintes características:
  • Trata-se de um relevo de formação muito antiga e bastante trabalhado pela erosão;
  • Apresenta boa variedade de formas: planaltos, planícies e depressões;
  • Apresenta altitudes modestas, visto que 93% de sua área total tem altitudes inferiores a 900 metros;
  • O planalto é a forma de relevo predominante (58,5% da área total), seguido pela planície (41%). O pico da Neblina é o único ponto cuja altitude que quase ultrapassa 3 mil metros (2994 metros, quase sendo uma montanha)


A Estrutura Geológica do Brasil
A estrutura geológica do Brasil é formada por escudos cristalinos, bacias sedimentares e terrenos vulcânicos.
Ela é bem distinta do resto da América do Sul, em que há existência de dobramentos modernos, tal qual a Cordilheira dos Andes.
Escudos Cristalinos
Formado durante o período Pré-Cambriano (mais de 550 milhões de anos), esse tipo de estrutura geológica é a mais antiga do território brasileiro, naturalmente muito erodida. Está presente em aproximadamente 36% país dos quais se destacam: Escudo das Guianas, Escudo do Brasil Central e Escudo Atlântico. Por ser um relevo de rígida estrutura, os recursos minerais mais encontrados nesse tipo de estrutura são o granito, o ferro e o manganês.
Bacia Sedimentar
As bacias sedimentares são um tipo de estrutura geológica mais recente (formada nas eras paleozoica, mesozoica e cenozoica). Cobrem quase 60% do território brasileiro das quais se destacam: Bacia sedimentar do Amazonas, do São Francisco, do Pantanal, da Parnaíba e do Paraná.
São terrenos de depressão onde foram depositados e compactados diversos sedimentos durante milhares de anos, sendo muitas vezes representada pelas planícies. Por receberem sedimentos de diferentes origens, as bacias sedimentares possuem as reservas de combustíveis fósseis (bacias de carvão e de petróleo) e se tornam áreas de intensa exploração.
Terrenos Vulcânicos
Cerca de 5% do território apresente esse tipo de estrutura. Atualmente, o Brasil não apresenta nenhum vulcão ativo, no entanto, já teve atividade vulcânica, cerca de 2 bilhões de anos atrás.
Algumas ilhas se formaram através de processo de vulcanismo, das quais se destacam: Fernando de Noronha (Pernambuco) e Trindade (Rio de Janeiro). Os minerais mais encontrados nesse tipo de estrutura são constituídos por rochas magmáticas (ou ígneas), as quais são formadas pelas lavas do vulcão: o diabásio e o basalto.
O relevo do Brasil está intimamente relacionado com a formação geológica de cada local.


OBS: o único tipo de relevo não encontrado no Brasil é o Dobramento Moderno, sendo válido ressaltá-lo:
Dobramentos Modernos: São grandes formações montanhosas originadas por choques de placas tectônicas (por isso formam os grandes dobramentos). As áreas de encontro de placas tectônicas são espaços que recorrentemente sofrem com terremotos e atividades vulcânicas, por serem regiões instáveis.
Os dobramentos modernos também são reconhecidos por serem relevos de grande altitude e com formato pontiagudo (por ser mais recente, tende a ser menor erodido). A altitude também influencia na formação de grandes rios, pois, os topos das montanhas são áreas congeladas, que ao derretem-se, formam-se as nascentes dos rios.
As rochas predominantes nessas áreas são as ígneas e as metamórficas, haja vista que as rochas sedimentares são recorrentes em áreas mais antigas.


Dobras e Falhas
As dobras e as falhas na formação do relevo são provenientes de movimentos ocorridos nas placas litosféricas.
Os variados tipos de relevos existentes no planeta são resultados de uma série de agentes modeladores que podem ser internos ou externos. No caso das dobras e falhas, são agentes internos ou endógenos, provenientes de movimentos ocorridos nas placas litosféricas.
As dobras, chamadas também de dobramentos, se constituem a partir de gigantescas pressões que acontecem de maneira horizontal, exercendo uma grande força sobre rochas de composições mais frágeis, como por exemplo, as sedimentares, esse fenômeno propicia o enrugamento do relevo.


Já as falhas, ou falhamentos, são formadas a partir de movimentos provocados por enormes pressões que sucedem de maneira vertical e horizontal, exercendo uma grande força sobre rochas mais sólidas e rígidas, como por exemplo, as cristalinas. Na execução do fenômeno, formam rupturas ou fendas nas extensões das rochas. Com isso, acontece o deslizamento entre as rochas. Tais movimentos são responsáveis pelo surgimento de escarpas e vales. As falhas podem surgir também em locais onde acontecem encontros de placas litosféricas.


Vulcanismo e Relevo
Chama-se vulcanismo as diversas formas pelas quais o magma do interior da Terra chega até a superfície. Os materiais expelidos podem ser sólidos, líquidos ou gasosos (lavas, material piroclástico e fumarolas, respectivamente). Esses materiais acumulam-se em um depósito sob o vulcão até que a pressão gerada faça com que ocorra a erupção. As lavas escorrem pelo edifício vulcânico, alterando e criando novas formas na paisagem. O relevo vulcânico caracteriza-se pela rapidez com que se forma e com que pode ser destruído.
A maioria dos vulcões da Terra está concentrada no Círculo de Fogo do Pacífico: desde a Cordilheira dos Andes até as Filipinas, onde se concentram 80% dos vulcões da superfície.
Os vulcões se estabelecem, em geral, em regiões que limitam placas tectônicas, salvo o vulcanismo ligado ao ponto quente, neste caso esse processo pode ocorrer no interior de uma placa.
Em termos de classificação, existe o vulcanismo primário – ligado diretamente aos vulcões – e o vulcanismo secundário – ligado a atividades vulcânicas em geral, tais como gêiseres, fontes termais etc.
Podemos classificar as erupções vulcânicas em três tipos principais: as efusivas(que emitem lava), as explosivas (que emitem fragmentos de rocha sólida, chamados de piroclastos) e as mistas (que emitem lavas e piroclastos).
É importante lembrar que magma e lava são termos diferentes: o primeiro é o conjunto de materiais sólidos em estado de fusão localizado no manto terrestre; o segundo é a transformação do magma quando chega à superfície, perdendo boa parte de seus gases.
Além de modificar o relevo, os vulcões podem alterar o clima. Quando as cinzas são lançadas para muito alto, elas podem sofrer uma menor influência da gravidade e pairar na atmosfera durante muitos anos, bloqueando parte dos raios solares e contribuindo para a diminuição das temperaturas. Em regiões oceânicas, as erupções podem provocar o aquecimento das águas e o surgimento de massas de ar quente.
É preciso ressaltar que o vulcanismo, junto com o tectonismo e os abalos sísmicos, compreende agentes internos modeladores do relevo.
O vulcanismo como agente modelador do relevo é responsável pelo surgimento das montanhas e dos planaltos. Na formação de montanhas, toda a lava que é emitida vai sendo armazenada nas proximidades de onde sai todo o material magmático. Desse modo, após vários processos dessa natureza, a montanha é constituída.
Já a formação dos planaltos a partir do fenômeno do vulcanismo ocorre a partir de lavas que são expelidas através de fendas dispostas na crosta e logo se dispersam ao longo da superfície. Ao ser resfriada, a lava se transforma em rochas de origem magmática. No Brasil existem planaltos de origem vulcânica, os quais se formaram há milhões de anos e estão situados ao longo da bacia hidrográfica do rio Paraná.
Todos os Tipos provindos do Vulcanismo:

Vulcões Escudo

O magma basáltico expulso de uma abertura central cria um extenso relevo imperceptível com um gradiente entre dois e três graus. Uma série dessas erupções cria uma paisagem quase plana de fluxos de lava em camadas, conhecidas como basaltos de inundação.

Cones de Cinzas

Os cones de cinzas são os relevos vulcânicos mais comuns. Os cones são acumulações de lava, cinzas e fragmentos de rocha, formando uma colina íngreme em torno da principal abertura de um vulcão escudo ou estratovulcão.

Caldeiras

As caldeiras se formam quando uma violenta explosão de lava andesítica ou riolítica explode o topo da cúpula do vulcão, deixando uma depressão enorme. A ilha grega de Santorini, no Mediterrâneo, é parte de uma grande caldeira debaixo d'água.

Estratovulcões

Os estratovulcões consistem em camadas de lava intermediária alternada com uma mistura de carbonato de sódio e fragmentos de lava, conhecidos como material piroclástico. Quanto maior a viscosidade dela, mais íngremes as encostas criadas, chegando até 30°.

Lago vulcânico

Um lago vulcânico é um acumulo de água dentro de uma cratera vulcânica. Seu processo de criação começa quando o magma dentro do vulcão aquece as águas subterrâneas e converte-as em vapor. Uma subsequente erupção explode as rochas ao redor da abertura vulcânica, fazendo uma cratera íngreme de paredes. Ao longo do tempo, estas paredes desmoronam na abertura. Caso a nova cratera resultante seja mais profunda do que o nível do lençol freático da área circundante, ela se encherá de água até a próxima erupção.


Abalos Sísmicos
A movimentação das placas tectônicas pode provocas abalos sísmicos e erupções vulcânicas na superfície terrestre. Os abalos sísmicos, também conhecidos como terremotos, são causados pela acomodação das grandes porções de rochas no subsolo. Quando isso ocorre é produzida uma vibração que pode se propagar por milhares de quilômetros e se refletir na superfície de um continente ou no fundo os oceanos.
O local em que se originam as vibrações é denominado hipocentro e a região da superfície terrestre ou do fundo oceânico, na qual as vibrações se refletem mais intensamente é chamada de epicentro.
Os estragos que um terremoto pode causar em um determinado lugar variam de acordo com três fatores: a intensidade original das vibrações no hipocentro, a distância entre este e o epicentro, a distância do lugar em questão até o epicentro e a intensidade da ocupação deste lugar. Quanto mais próximo o lugar estiver do epicentro e este do hipocentro, e quanto mais intensa for a ocupação humana, maior será a tragédia.
Quando o epicentro do terremoto ocorre no fundo do mar, forma-se um maremoto. Neste caso, além de haver uma brusca alteração no relevo submarino, são produzidas ondas gigantescas que podem arrasar ilhas e cidades costeiras.
Tanto no caso dos vulcões como dos terremotos, a probabilidade da ocorrência é bem maior nas regiões de encontro de placas tectônicas, devido à intensidade de choque e transformações causadas nas estruturas das placas, nestas regiões.


Curiosidades:
No estudo dos relevos, temos dois principais instrumentos auxiliares:
* Mapa Topográfico – representa o relevo por curvas de nível (linhas que unem pontos de igual altitude).

* Mapa Hipsométrico – representa a altitude através da gradação de cores.

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