A Era Napoleônica


A subida de Napoleão ao poder ocorreu em meio à crise que havia no Diretório (1795-1799). O golpe de 18 Brumário, articulado pelos diretores temerosos da crescente popularidade do militar, levou ao poder Napoleão Bonaparte com o apoio da baixa burguesia e do exército, dando início da Era Napoleônica, que futuramente seria dividida em três fases: o Consulado, o Império e o Governo de Cem Dias.
A Era Napoleônica representou a consolidação das instituições da burguesia.

O Consulado
No Consulado, Napoleão se tornou um dos três cônsules (Napoleão, Roger Ducos e Sieyés) que administravam o país, porém, pelo fato de ser o Primeiro Cônsul, controlado o poder executivo.
A principal característica deste período é a de se assemelhar a uma república. Napoleão garantiu a estabilidade econômica da França, além de consolidar o capitalismo a fim de combater com a Inglaterra.
A ideia era reorganizar a economia e criar estabilidade na França. Como característica de mudanças financeiras, temos a criação do Banco da França. Com isso, tinha-se o padrão monetário do franco, que ajudou a controlar a inflação. Além disso, o banco fornecia financiamento à agricultura e à indústria.
Napoleão não deixou de lado o apoio da Igreja, assinando concordatas com o papa. Assim, o Estado poderia confiscar as terras da Igreja desde que desse suporte e amparo a esta e as leis papais (bulas) somente entrariam em exercício depois de aprovadas pelo governo francês. Além disso, criou o Código Civil Napoleônico, onde assegurava a igualdade perante a lei, o direito a propriedade privada, a proibição de greves e o reestabelecimento da escravidão.
Seu governo foi marcado pela paz externa e graças a isso, através de um plebiscito, Napoleão Bonaparte foi declarado único Cônsul Vitalício Hereditário, o que desencadeou, pouco tempo depois também por plebiscito, a sua proclamação como Imperador.

O Império
Com o apoio do povo, através de um plebiscito, a França entrava em um regime monárquico do qual Napoleão seria o Imperador. A corte era constituída pela alta burguesia, membros da elite do exército e pela antiga nobreza. Esse período ficara conhecido como Primeiro Império Francês.
As principais características desse período foram as constantes guerras externas, o que fez com que a França chegasse a sua maior extensão territorial até então e tivesse o exército mais poderoso de toda a Europa, colocando no trono dos países ocupados, seus irmãos.
A Inglaterra, inimigo histórico da França, sempre foi o seu principal alvo e durante esse período não seria diferente. A fim de diminuir o poder econômico do país inglês, já que era inviável combatê-lo, Napoleão declarou o Bloqueio Continental (1806), isto é, aqueles países que fossem aliados da França não mais poderiam fazer trocas comerciais com a Inglaterra, caso fizessem, teriam seus países invadidos. Assim, a Inglaterra não mais faria exportações, causando uma crise industrial/comercial naquele país.
É esse período de Bloqueio Continental que acontece a fuga da Família Real portuguesa para o Brasil. Em uma jogada estratégica, a Família Real portuguesa, incluindo o príncipe regente D. João VI, fugiram para o Brasil, instalando e operando o governo português diretamente do Rio de Janeiro em 1808.
Paulatinamente, os países aliados da França, como a Rússia, foram tendo suas economias quebradas devido ao fato de que a França não podia suprir as necessidades mercantis da mesma forma que a Inglaterra fazia. Em 1812, o Czar Alexandre I da Rússia rompe a aliança que tinha com o país francês e volta a comercializar com a Inglaterra, o que força Napoleão a investir seus esforços em uma campanha contra a Rússia. O czar Alexandre I utiliza a técnica da Terra Arrasada, ou seja, a própria população russa destrói qualquer plantação ou abrigo que pudesse servir ao inimigo francês, o que leva à derrota o exército da França por fome e frio no território russo.
Ao retornar a França em 1813, Napoleão Bonaparte fora derrotado na Batalha das Nações, em Leipzig, pela Sexta Coligação, formada por Prússia, Inglaterra, Rússia e Áustria. No ano seguinte, os aliados entraram em Paris e obrigaram Napoleão a assinar o Tratado de Fontainebleau, que o tornava exilado na Ilha de Elba, no Mediterrâneo, perdendo seus direitos ao trono francês.

O Governo dos Cem Dias
O poder do Estado francês foi entregue a Luís XVIII, irmão de Luís XVI. Com apoio militar e popular, já que Luís XVIII não tinha simpatia da população, Napoleão fugiu de Elba em 1815, instalou-se em Paris, governando por apenas cem dias.
Com a derrota na Batalha de Waterloo, em 1815, na Bélgica, vencido por prussianos e ingleses, Napoleão foi obrigado a abdicar novamente e a se exilar na Ilha de Santa Helena, na costa africana, onde morreu em 1821.

Congresso de Viena
A principal consequência da derrota de Napoleão foi a nova disposição do mapa europeu por meio do Congresso de Viena. O encontrou começou em 1814, após a batalha de Leipzig, foi interrompida durante o Governo dos Cem Dias e retomada em 1815. Esse congresso tinha como objetivo reorganizar o território europeu e restabelecer as antigas políticas. No plano político foram restauradas as dinastias absolutistas destronadas por Napoleão, restauração do Antigo Regime.
Para preservar a paz na Europa, surgiu a  Santa Aliança, liga dos Estados europeus que visava evitar outro cataclisma idêntico à Revolução Francesa. O governo inglês não aderiu à Santa Aliança porque estava de olho no livre comércio. 

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