Mutações e Clonagem


MUTAÇÕES

Embora a replicação do DNA seja muito precisa, ela não é perfeita. Em raros casos, produzem-se erros e o DNA novo contém um ou mais nucleotídeos trocados. Um erro deste tipo, que recebe o nome de mutação, pode acontecer em qualquer área do DNA. Esta modificação pode alterar seriamente as propriedades da proteína resultante. Quando se produz uma mutação durante a formação dos gametas, esta se transmitirá às gerações seguintes. Diferentes formas de radiação podem induzir a mutações.

A substituição de um nucleotídeo por outro não é o único tipo possível de mutação. Algumas vezes, pode-se ganhar ou perder por completo um nucleotídeo. Além disso, é possível que se produzam modificações mais óbvias ou graves, ou que se altere a própria forma e o número dos cromossomos. Uma parte do cromossomo pode se separar, inverter e depois se unir de novo ao cromossomo no mesmo lugar. Isto é chamado de inversão. Se o fragmento separado se une a um cromossomo diferente, ou a um fragmento diferente do cromossomo original, o fenômeno se denomina translocação. Algumas vezes, perde-se um fragmento de um cromossomo que faz parte de um par de cromossomos homólogos, e este fragmento é adquirido por outro. Então, diz-se que um apresenta uma deficiência e o outro uma duplicação.

Outro tipo de mutação produz-se quando a meiose erra a separação de um par de cromossomos homólogos. Isto pode originar gametas — e portanto zigotos — com cromossomos demais, e outros onde faltam um ou mais cromossomos. Os indivíduos com um cromossomo a mais são chamados trissômicos, e aqueles nos quais falta um, monossômicos. Ambas as situações tendem a produzir incapacidades graves.

Clone: organismo ou grupo de organismos que derivam de outro através de um processo de reprodução assexuada. O termo tem sido aplicado tanto a células quanto a organismos, de modo que um grupo de células que procedem de uma célula única também recebe este nome. Em geral, os clones têm características hereditárias idênticas, ou seja, seus genes são iguais. Os procariontes, a maioria dos protozoários e algumas leveduras reproduzem-se por clonagem.

Devido aos recentes progressos da engenharia genética, os cientistas podem isolar um gene individual (ou grupos de genes) de um organismo e implantá-lo em outro de uma espécie diferente. Na década de 1990, cientistas começaram a clonar organismos inteiros. O primeiro deles foi uma ovelha, que ficou conhecida como Dolly, clonada a partir de uma célula mamária de outra ovelha.

ALTERAÇÕES DE UM ÚNICO GENE

São consequência de uma mutação em um único gene, traduzida na ausência ou alteração da proteína correspondente. Isso pode modificar algum processo metabólico ou de desenvolvimento e provocar uma doença.

A teoria genética moderna da seleção natural pode ser assim resumida: os genes de uma população de animais ou plantas que se entrecruzam sexualmente constituem um “conjunto” de genes. Os genes competem neste “conjunto” da mesma maneira que as moléculas primitivas que se reproduziam faziam-no no “caldo” primitivo. Na prática, a vida dos genes do “conjunto” de genes transcorre de duas formas: ou assentando-se em corpos individuais que ajudam a construir, ou transmitindo-se de um corpo ao outro, através do espermatozoide ou do óvulo, no processo de reprodução sexual.

Qualquer gene que se origina no “conjunto” genético é resultado de uma mutação ou erro aleatório, no processo de cópia dos genes. Uma vez que se produziu uma mutação nova, esta pode se estender através do “conjunto” genético, por meio da mistura sexual. A mutação é a última origem da variação genética.

Existem várias razões que explicam a causa da frequência de variação dos genes: imigração, emigração, deslocamentos aleatórios e seleção natural. A imigração, emigração e desvios aleatórios não têm demasiado interesse do ponto de vista da adaptação, embora na prática possam ser muito importantes. No entanto, a seleção natural é fundamental para explicar a melhora da adaptação, a complexa organização funcional da vida e os atributos de progresso que, discutivelmente, podem-se classificar como evolução. Alguns têm mais qualidades para sobreviver e reproduzir-se do que outros.

Os organismos cujas características para sobreviver e reproduzir-se são melhores, tenderão a contribuir com mais genes para os “conjuntos” genéticos do futuro do que aqueles cujas características sejam más para esta finalidade: os genes que tendem a formar organismos bons serão predominantes nos “conjuntos” genéticos. A seleção natural traduz-se nos diferentes níveis de sucesso que alcançam os organismos na sobrevivência e reprodução: isto é importante por causa dos requisitos necessários para a sobrevivência dos genes no “conjunto” genético.

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