Literatura: Quinhentismo
Não
se pode dizer que havia uma “literatura” verdadeiramente
brasileira, simplesmente porque o país ainda não existia de fato,
era apenas uma das colônias de Portugal. Mas havia as crônicas
produzidas pelos viajantes e cronistas sobre a terra
recém-descoberta. Essas obras têm mais valor histórico do que
literário, pois relatam os primeiros contatos com a terra brasileira
e seus nativos. Portanto, são textos que tinham como objetivo manter
os governantes metropolitanos informados sobre os novos domínios.
Por isso, dizemos que se trata de uma literatura de informação.
Além desse movimento, outra manifestação literária surgiu, a
literatura dos jesuítas, voltada para o trabalho de catequese.
Principais
Autores e Obras
Hans
Staden
Publicado
“Duas Viagens ao Brasil”, narra suas aventuras em terras
brasileiras, onde ficou preso pelos tupinambás durante nove meses. O
autor relatava rituais de antropofagia, ajudando a convencer os
europeus de que era preciso moralizar os nativos.
Pero
Vaz de Caminha
Escrivão-mor
da esquadra liderada por Pedro Álvares Cabral, Pero Vaz de
Caminha registrou suas primeiras impressões acerca das terras
brasileiras, por meio da "Carta de Descobrimento do Brasil"
datada de 1º de maio de 1500.
A
Carta de Pero Vaz de Caminha, escrita para o Rei de Portugal, D.
Manuel, é considerada o marco inicial da Literatura Brasileira,
visto que representa o primeiro documento escrito sobre a história
do Brasil. Seu conteúdo aborda os primeiros contatos dos lusitanos
com os indígenas brasileiros bem como as informações e impressões
acerca da descoberta das novas terras.
José
de Anchieta
José
de Anchieta foi historiador, gramático, poeta, teatrólogo, e
um padre jesuíta espanhol que teve a função de catequizar os
índios que estavam aqui no Brasil. Foi considerado um defensor dos
índios contra os abusos dos colonizadores portugueses. Dessa
maneira, ele aprendeu a língua tupi e desenvolveu a primeira
gramática da língua indígena, chamada de "Língua Geral".
Seus
textos eram escritos para serem representados (teatro e encenações)
já que o público era muito diversificado (índios, marujos,
colonos, comerciantes, soldados...). Porém, seu alvo maior era o
índio.
Pero
de Magalhães Gândavo
Gramático,
professor, historiador e cronista português, Pero de Magalhães
Gândavo, ficou muito conhecido pelos relatos acerca da fauna, da
flora e da dimensão das terras brasileiras em seu livro: "História
da província de Santa Cruz a que vulgarmente chamamos de Brasil".
Além dos animais distintos e das plantas exóticas, ele descreve
sobre os povos indígenas e a descoberta do Brasil por Pedro Álvares
Cabral. Outra obra que merece destaque é "O Tratado da Terra do
Brasil".
Manuel
da Nóbrega
Padre
Manuel da Nóbrega foi um jesuíta português e chefe da
primeira missão jesuítica à América: Armada de Tomé de Sousa
(1549). Seu trabalho no Brasil foi de catequizar os índios. Suas
obras que merecem destaque: "Informação da Terra do Brasil",
"Diálogo sobre a conversão do gentio", "Tratado
contra a Antropofagia".
Outra obra importante do Quinhentismo foi “Tratado Descritivo do Brasil” de Gabriel Soares Sousa.
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