Literatura: Arcadismo
O
Arcadismo, Setecentismo (os anos 1700) ou Neoclassicismo, esta
última denominação surgiu do fato dos autores do período imitarem
alguns aspectos da antiguidade greco-romana ou o chamado Classicismo,
é o período que caracteriza principalmente a segunda metade do
século XVIII, tingindo as artes de uma nova tonalidade burguesa.
O
Arcadismo, fruto da tentativa de fazer voltar à vida, através da
literatura, a primitiva Arcádia grega, região habitada por pastores
chefiados pelo deus Pan. Dessa tentativa decorre o fato de os poetas
se apresentarem como pastores, adotando pseudônimos
gregos e latinos,
e se entregarem a certo tipo de poesia em que a Natureza é, em regra
geral, idealizada, valorizando-se a simplicidade de forma e de
ideias, o ideal de vida simples, a pureza de formas e o equilíbrio
na obra literária.
O
Neoclassicismo surge em 1756 com a fundação da Arcádia Lusitana:
movimento de reação ao Barroco.
Com
a proposta de eliminar os rebuscamentos e os ornamentos exagerados da
estética barroca, o poeta árcade baseia-se nos preceitos do
Iluminismo. Seus cenários são as paisagens campestres e bucólicas,
em contraste com o avanço industrial e a realidade social
estabelecida na época.
Algumas
expressões se destacam, como:
-
Aurea mediocritas: mediocridade áurea - indicava a valorização das coisas cotidianas focadas na razão; Para ser feliz, bastava estar em comunhão com a natureza, já que os poetas, autointitulados pastores, exaltavam a vida simples, equilibrada, espontânea e humildade
-
Carpe diem: aproveite, curta o dia;
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Inutilia truncat: essa expressão sugere que se corte o que é inútil; em outras palavras, dizia que se deveria eliminar o rebuscamento Barroco;
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Locus amoenus: indica um local aprazível, tranquilo e ameno.
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Bucolismo/Pastoralismo: a poesia árcade retrata uma natureza tranquila e serena, procurando o “Lócus Amoenus”, um refúgio calmo que se contrastava com os centros urbanos monárquicos.
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Tom confessional;
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O bom selvagem, expressão do filósofo Jean-Jacques Rousseau, denota a pureza dos nativos da terra fazem menção à natureza e à busca pela vida simples, bucólica e pastoril;
-
Fugere Urbem: os árcades buscavam uma vida simples, próxima da natureza, longe das confusões urbanas. A modernização das cidades trazia os problemas dos conglomerados urbanos. A alternativa era mudar-se para os prados e campos.
-
Universalismo: os árcades não compactuam com o individualismo. Tratam dos temas de maneira geral ou universal.
Cabe
ressaltar, no entanto, que os membros da Arcádia eram todos
burgueses e habitantes dos centros urbanos. Por isso a eles são
atribuídos um fingimento
poético,
isto é, a simulação de sentimentos fictícios.
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