Absolutismo e Mercantilismo
ABSOLUTISMO
O
Absolutismo Monárquico foi o modelo de organização política
adotado pelas monarquias europeias durante o período de transição
Feudalismo / Capitalismo. Não consistia num modelo idealizado ou
projetado previamente, mas sim num produto da intensa centralização
que se processou durante a passagem do medievalismo para a
modernidade. É o resultado do fortalecimento imensurável das
diversas casas reais europeias.
Nesse
modelo, a figura central, com poderes de fato e de direito, é o rei,
o príncipe, o monarca. Ser supremo da sociedade, dotado de grande
prestígio e força. Respeitadas as diferenças de tempo e contexto,
o absolutismo seria comparável ao que, hoje, chamamos ditadura. Um
regime tirano, despótico, autoritário, onde a população não
vota, não participa, não tem seus direitos civis assegurados e vive
sob a égide da repressão e da censura.
É
evidente que tal modelo sofre variações regionais, não
significando unanimidade na Europa. Países diferentes apresentam
graus diferentes de tirania, assim como características absolutistas
próprias. Não significa, rigidamente, que o monarca fosse o chefe
pleno dos poderes executivo, legislativo e judiciário, concentrando
em suas mãos todas essas atribuições. Possuíam, tais poderes,
certo dinamismo e autonomia. Porém, o que se pode afirmar, sem
sombra de dúvida, é que o soberano estava acima desses poderes,
interferindo e usando-os quando e como quisesse, da forma que melhor
lhe aprouvesse.
Outra
consideração fundamental sobre as monarquias absolutistas diz
respeito às visões historiográficas acerca da autoridade real. Uma
visão tradicional tende a dar ao rei absolutista um poder
inquestionável e ilimitado, incapaz de ser abalado por qualquer
agente externo. A posição corrente trabalha com a ideia de que
mesmo detentor de grande poder, o rei não tem como se abster das
influências ou interferências alheias. Não sofre, evidentemente, o
controle da sociedade organizada, mas não escapa dos interesses
político-econômicos dos grupos que apóiam esse tipo de Estado,
notadamente, a nobreza e o clero.
O
Absolutismo Monárquico foi o modelo de organização política
adotado pelas monarquias europeias durante o período de transição
Feudalismo / Capitalismo. Não consistia num modelo idealizado ou
projetado previamente, mas sim num produto da intensa centralização
que se processou durante a passagem do medievalismo para a
modernidade. É o resultado do fortalecimento imensurável das
diversas casas reais europeias. Nesse modelo, a figura central, com
poderes de fato e de direito, é o rei, o príncipe, o monarca. Ser
supremo da sociedade, dotado de grande prestígio e força.
Respeitadas as diferenças de tempo e contexto, o absolutismo seria
comparável ao que, hoje, chamamos ditadura. Um regime tirano,
despótico, autoritário, onde a população não vota, não
participa, não tem seus direitos civis assegurados e vive sob a
égide da repressão e da censura. Como foi dito no tópico anterior
deste capítulo, é evidente que tal modelo sofre variações
regionais, não significando unanimidade na Europa. Países
diferentes apresentam graus diferentes de tirania, assim como
características absolutistas próprias. Nem significa, rigidamente,
que o monarca fosse o chefe pleno dos poderes executivo, legislativo
e judiciário, concentrando em suas mãos todas essas atribuições.
Possuíam, tais poderes, certo dinamismo e autonomia. Porém, o que
se pode afirmar, sem sombra de dúvida, é que o soberano estava
acima desses poderes, interferindo e usando-os quando e como
quisesse, da forma que melhor lhe aprouvesse. Outra consideração
fundamental sobre as monarquias absolutistas diz respeito às visões
historiográficas acerca da autoridade real. Uma visão tradicional
tende a dar ao rei absolutista um poder inquestionável e ilimitado,
incapaz de ser abalado por qualquer agente externo. A posição
corrente trabalha com a ideia de que mesmo detentor de grande poder,
o rei não tem como se abster das influências ou interferências
alheias. Não sofre, evidentemente, o controle da sociedade
organizada, mas não escapa dos interesses político-econômicos dos
grupos que apoiam esse tipo de Estado, notadamente, a nobreza e o
clero.
O
absolutismo foi justificado por diversos autores da Idade Moderna,
que com suas teorias, preocuparam-se em corroborar e dar legitimidade
às ações antidemocráticas dos monarcas europeus. Essas teorias
utilizavam argumentos ora racionais, ora religiosos ou míticos para
atingir um objetivo maior: a estabilidade ideológica do Estado
Absoluto. A seguir, os principais teóricos do absolutismo.
Jacques Bossuet –
principal obra: “Política Segundo a Sagrada Escritura”. Esse
bispo católico francês procurou justificar o poder extremo do
monarca com a alegação de que o rei era um representante de Deus
junto aos homens, seu poder emanava de Deus e, sendo assim, seus atos
eram legítimos. Quem se colocasse contra o rei estaria, na verdade,
se colocando contra Deus. “Teoria do Direito Divino dos Reis”.
Thomas Hobbes –
principal obra: “O Leviatã”. O homem, no seu estado natural, sem
regras ou limites, age de forma animalesca para atingir seus
objetivos, é capaz de ferir seus semelhantes para atender seus
próprios interesses. Segundo Hobbes, “o homem é o lobo do homem”.
Portanto, o Estado é necessário para harmonizar a sociedade e
evitar o caos e, mesmo sendo autoritário, a sociedade admite a
existência desse Estado. “Teoria do Contrato Social”
Nicolau Maquiavel –
principal obra: “O Príncipe”. A ideia central da obra do
florentino Nicolau Maquiavel é de que, em nome do bem-estar da
coletividade, o monarca pode usar de todos os artifícios para
governar. Mesmo parecendo injustos, atos como mentira, manipulação,
violência, censura são legítimos. Para ele, a política estava
acima da moral e os atos do governante são validados pela máxima
“os fins justificam os meios”.
Jean Bodin: também
defensor do poder divino do rei.
MERCANTILISMO
O
Mercantilismo foi um conjunto de práticas econômicas adotado pelos
Estados Nacionais europeus ao longo da Idade Moderna.
Também
conhecido como Pré-Capitalismo ou Capitalismo Comercial, o
Mercantilismo tem, de modo geral, no comércio e na acumulação de
capitais seus pressupostos básicos, visando o enriquecimento das
nações praticantes e de suas respectivas burguesias.
A
prática mercantilista pode ser entendida como um desdobramento
econômico do absolutismo, já que o mercado é controlado pelo
próprio governo. No Mercantilismo não prevalecem a liberdade de
negócios nem a livre competição. O Estado, ditador na política,
também se mostra autoritário em relação à vida econômica do
país. É ele que planeja, organiza, regula, fiscaliza, tributa e
impõe suas vontades sobre o mercado, concedendo aos empresários
privilégios e monopólios para exploração de determinados setores,
eliminando assim a possibilidade da concorrência. A intervenção
estatal na economia é marca registrada do Mercantilismo e
característica comum a todos os países que aderem a esse modelo.
Outro traço marcante da política mercantilista é a valorização
dos metais. Naquele momento, o padrão monetário internacional era o
metal precioso, o ouro, a prata. Sendo assim, a ideia predominante
era a que privilegiava a posse desses metais. São ricos ou têm
maiores possibilidades de enriquecimento aqueles países que buscarem
a obtenção, retenção e acumulação dos metais em seus cofres.
Essa postura é chamada de metalismo
A
maneira como cada país procura obter o enriquecimento pode variar de
acordo com sua estrutura econômica, suas diretrizes políticas e
produtivas. Além do comércio, é observável em alguns casos,
ênfase também na manufatura. Porém, as ideias mais comuns para
atingir tal finalidade são:
Colonialismo –
exploração das colônias do além-mar como centros fornecedores de
produtos agrícolas, matérias-primas, produtos do extrativismo
vegetal, metais preciosos, enfim, riquezas para o bem da metrópole.
Balança Comercial Favorável
– preocupação em manter um superavit comercial (volume de
exportações maior que o volume de importações).
Nacionalismo Econômico –
defesa intransigente dos interesses econômicos do país frente as
demais nações.
Protecionismo Alfandegário
– tentativa de inibir ao máximo as importações através de leis
de reserva de mercado ou pesadas taxas alfandegárias, evitando a
concorrência do produto estrangeiro com o nacional.
Alguns
tipos específicos de Mercantilismo:
Bulionismo ou Metalismo
(Espanha) – pouca ou nenhuma preocupação com o crescimento dos
setores industrial e comercial, em virtude da fácil obtenção de
metais (principalmente prata) nas suas colônias da América. A
Espanha, assim como Portugal, têm seu desenvolvimento
pré-capitalista tolhido pela excessiva dependência das riquezas
coloniais.
Colonialismo (Portugal) –
posição semelhante à da Espanha. Intensa exploração colonial sem
observância de outras formas de acumulação. Deve-se ressaltar que,
no caso português, a postura metalista é mais presente ao longo do
século XVIII, devido à exploração mineral nas Minas Gerais.
Colbertismo
ou Industrialismo (França) – diante da inexistência de
grandes colônias, a França prioriza a produção manufatureira
(marcadamente de artigos de luxo), adotando forte protecionismo,
preocupada sempre com uma balança favorável e com a retenção de
metais no país. Foi, ainda, desenvolvida pelo governo francês uma
política de crescimento demográfico. Um modelo que funcionou para
destacar a França, posteriormente, no cenário de consolidação do
Capitalismo.
Comercialismo (Inglaterra)
– assim como a França, a Inglaterra não teve acesso fácil à
riquezas coloniais. Dessa forma, além de grande ênfase no setor
industrial (produção diversificada e não apenas de artigos de
luxo), procurou no comércio e no desenvolvimento naval mecanismos,
que se mostraram eficazes, de acumulação de capitais. Constituiu
uma poderosa marinha e tornou-se grande potência comercial dos
séculos XVII e XVIII.
Cameralismo (“Alemanha”)
– esboço de Mercantilismo tentado pelos territórios que compunham
o Sacro Império Romano-Germânico (a Alemanha somente se constitui
enquanto Estado Nacional no século XIX). A falta de unidade política
e ausência de um Estado Nacional unificado prejudicam e fragilizam
esse modelo mercantilista.
É
importante observar que o Mercantilismo, enquanto momento
pré-capitalista, determinou uma inversão de posições no ranking
das nações europeias. Devido ao tipo de Mercantilismo que adotam
(extremamente dependentes de suas colônias), aqueles países
pioneiros nas navegações e grandes colonizadores da Era Moderna
(Portugal e Espanha) perdem espaço para aqueles que começaram
tardiamente sua expansão colonial. Inglaterra e França, que por
isso foram forçados a desenvolverem setores alternativos (comércio,
indústria, transportes), acabam se tornando, mais tarde, grandes
potências capitalistas.
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