Literatura: Principais Autores do Arcadismo Brasileiro
Arcadismo no Brasil
No
Brasil, o arcadismo chega e desenvolve-se na segunda metade do século
XVIII, em pleno auge do ciclo do ouro na região de Minas Gerais. É
também neste momento que ocorre a difusão do pensamento iluminista,
principalmente entre os jovens intelectuais e artistas de Minas
Gerais, que era região mais rica da época, pelas atividades
mineradoras. Desta região, que fervia culturalmente e socialmente
nesta época, saíram os grandes poetas. O Arcadismo
no Brasil ficou
marcado pelo dualismo dos
escritores, que embora seguissem os modelos europeus, se interessavam
também pela natureza e pelos problemas da colônia.
O
marco inicial para o inicio do Arcadismo brasileiro foi a publicação
do livro ‘’Obras Poéticas’’, de Costa em 1768.
Manuel
da Costa (1729-1789)
após voltar da Europa, fundou a Arcádia
Ultramarina em Vila Rica. Foi um poeta de transição, ainda muito
preso ao Barroco, escrevendo em soneto. Seu pseudônimo era Glauceste
Satúrnio. Foi preso em 1789, acusado de reunir os conjurados da
Inconfidência Mineira e sua morte até hoje não foi esclarecida,
também escreveu o poemeto épico Vila
Rica, publicado após sua morte, exalando os bandeirantes e narrando a história de Vila Rica, hoje, Ouro Preto.
Basílio
da Gama
(1741-1795) estudou
com os jesuítas: era noviço quando Pombal decretou a expulsão dos
padres do Brasil. Expulsos os jesuítas, segue para Roma, onde é
aceito na Arcádia Romana. Em Lisboa, é preso por suspeição de
jesuitismo e condenado ao degredo. Salva-se dirigindo um Epitálamo
(poema nupcial) à filha do Marquês de Pombal.
Tinha
como pseudônimo Termindo Sipílio. Costuma a escrever poesia épica.
Sua obra mais marcante foi O
Uraguai (1769),
poema épico composto para exaltar (de forma romanceada) os portugueses e satirizar os
jesuítas do Brasil. O livro trata da luta que portugueses e
espanhóis moveram contra indígenas e jesuítas em Sete Povos das
Missões, no Uraguai (hoje, Rio Grande do Sul), em 1759. Foi escrito
em decassílabos brancos, sem divisão em estrofes, é composto em
cinco cantos. Foge, assim, à imitação de Camões, rompendo a
estrutura poética camoniana. Faz grande exalação ao “bom
selvagem” de Rousseau. O vilão do livro é um padre, que
representa todo o mal dos jesuítas, narra um episódio histórico
muito recente.
Tomás
Antônio Gonzaga
(1744-1809\10)
filho
de pai brasileiro, é natural do Porto, Portugal, e morreu em
Moçambique, após exilar-se lá por ter participado da Inconfidência
Mineira. É o único não brasileiro, porém, o mais importante
árcade do Brasil. Morando em Ouro Preto, conheceu e apaixonou-se por
Maria Dorotéia, idealizada sob o nome de Marília, personagem do
livro que o celebrizou - Marília de Dirceu, sendo Dirceu o nome
arcaico de Tomás Antônio Gonzaga, essa obra fora divida em partes.
Sua obra apresenta características transitórias para o Romantismo,
como a supervalorização do amor e a idealização da mulher em
Marília. Também escreveu
poemas satíricos em forma de cartas— Cartas
Chilenas,
seu nome pseudônimo, Critilo, assina
as cartas e as envia para Doroteu.
O conteúdo das "cartas" são críticas ao suposto
governador do Chile (onde vive Critilo) Fanfarrão Minésio, uma
referência ao governador de Minas Gerais, Luís da Cunha Meneses.
Freire
Santa Rita Durão (1722-1784)
autor do poema épico Caramuru (1781), Durão foi poeta e orador
considerado um dos precursores do indianismo no Brasil. Influenciado
por Camões, o poema Caramuru, com subtítulo “Poema épico do
Descobrimento da Bahia”, é baseado no modelo da epopeia
tradicional: proposição, invocação, dedicatória, narração e
epílogo; composto de dez cantos e versos decassílabos em oitava
rima.
Conta
a história de Diego, após sobreviver em uma naufrágio no litoral
da Bahia, entre suas aventuras, é comparado com Tupã, apaixona-se
por Paraguaçu, índia branca, ajuda uma nau francesa, volta para a
Europa e casa-se com Paraguaçu, agora chamada de Catarina. Há a exaltação das terras brasileiras e pinta-se o índio como o bom selvagem.
Olá, gostamos muito do seu blog. Achamos muito direto e bem interessante. Porém, vale ressaltar o modo como o Arcadismo veio para o Brasil, na metade do século XVIII, quando estava acontecendo o ciclo do ouro, com isso os filhos da “elite” viajavam para Portugal, em Coimbra para estudar. Ao retornarem, eles transmitiam toda a cultura literária para Vila Rica (atual Ouro Preto). Muitos poetas árcades brasileiros participaram da Inconfidência mineira, também conhecida como conjuração mineira. Foi uma tentativa de revolta abortada pelo governo em 1789. Isso aconteceu por causa dos altos impostos que a “elite ” cobrava, o que acabou gerando revolta dos mineradores. O principal líder da Inconfidência mineira foi Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, mas havia outros líderes como Tomás Antônio Gonzaga. No dia 21 de abril de 1792, Tiradentes foi enforcado.
ResponderExcluirPercebemos também que o senhor não citou as características, o que é muito importante, podemos dar como exemplo:
O antropocentrismo que é a ideia do ser humano como “centro do mundo”;
O racionalismo; a busca do equilíbrio; paganismo, ou seja, qualquer religião com crença em vários deuses ou mesmo a ausência dela; elementos da cultura greco-latina; imitação dos clássicos renascentistas; idealização amorosa; neoplatonismo; convencionalismo amoroso;
Fugere Urbem (fugir da cidade);
Carpe Diem (aproveitar a vida);
Aurea Mediocritas (vida pobre materialmente, porém rica em realizações espirituais);
Pastoralismo isto é, o poeta árcade assume um pseudônimo pastoril;
Bucolismo, ou seja, a busca pelos valores da natureza;
Universalism; ideias iluministas;
Vocabulário simples; gosto pela ordem direta e pela simplicidade; gosto pelo soneto e pelo decassílabo; ausência quase total de figuras de linguagem.
Gostaríamos de agradecer pela sua atenção e parabenizar por transmitir um assunto importante.
Daniele, Julia Gomes e Victor.
Olá, Caverninha da Reflexão! Muito interessante seu blog, porém, percebemos que está faltando falar algumas coisas sobre Cláudio Manuel da Costa. Ele nasceu em Mariana, Minas Gerais, em 1729, vinha de uma família rica, logo estudou no colégio dos Jesuítas, no Rio de Janeiro, mas completou seus estudos em Coimbra, onde se formou advogado. Continuou estudando, e dedicou-se à poesia escrevendo vários versos. Regressou ao Brasil em 1754. Como você disse, até hoje sua morte não foi esclarecida, já que foi levado para a prisão e, no dia 4 de julho de 1789, foi encontrado enforcado, gerando um debate sobre isso: suicídio ou assassinato? Nas obras, por exemplo, a lírica tem o destaque do tema de desilusão amorosa, Glauceste, o eu lírico pastor, lamenta-se por não ser correspondido por sua musa, Nise, ou por se encontrar em um lugar de grande beleza natural sem a companhia de sua amada. Tem espaço na poesia de Cláudio Manuel da Costa, também, Elem da paisagem local. Seus sonetos apresentam notável afinidade com a lírica de Camões. Obrigada pela sua atenção! Rafaela e Beatriz
ResponderExcluirP.S. Esse comentário não foi feito com o objetivo de criticar o seu trabalho, pelo contrário, apenas acrescentar informações de modo a enriquecer seu blog.
Olá cavaraninha da reflexão
ResponderExcluirGostei muito do seu resumo sobre o arcadismo do Brasil e seus autores, mas gostaria de complementar a biografia de Tomás Antônio Gonzaga.
Tomás Antônio Gonzaga um poeta e ativista político, nascido em 11 de agosto de 1744, na cidade de Mirangaia, Porto em Portugal.
Veio para o Brasil com seu pai, para Pernambuco em 1751, e depois foi para a Bahia, onde estudou no colégio dos jesuítas. Em 1761 voltou para Portugal para cursar direito, na universidade de Coimbra.
Quando voltou ao Brasil, foi recebido na atual cidade de Ouro Preto, onde conheceu Maria Doroteia, com quem se casou. Participou da inconfidência mineira, foi acusado de conspiração e preso em 1789. Cumprindo três anos de pena, em Pernambuco no rio, e teve seu casamento anulado.
Permaneceu em reclusão por três anos, durante as quais teria escrito a maior parte de suas líricas atribuídas. Em 1792, sua pena foi comutada em degrego. O poeta foi enviado para a costa ocidental da África, afim de cumprir pena de 10 anos. No país ele trabalhou como advogado, juiz de alfândega, se casou com Juliana de Souza Mascarenha, em 1793 e teve dois filhos. Ao chegar na cidade com 66 anos Tomás Antônio Gonzaga faleceu.
Obs: e válido ressaltar que o poema lírico” Marília de Dirceu “ sua obra principal foi dividida em três partes.
Ass: Dhully e Thaiza
Olá, Caverninha da Reflexão! Tudo bem?! Espero que sim. Gostei bastante do seu blog, apenas gostaria de complementar alguns pontos sobre o autor Basílio da Gama. Basílio nasceu em Minas Gerais, no Arraial de São José dos Rios da Morte, que atualmente se chama Tiradentes, ficou órfão muito cedo. Sobre a questão da sua prisão é porque de acordo com o decreto que havia na época, se alguma pessoa tivesse comunicação com Jesuítas, deveria ficar refugiado(a) durante oito anos em Angola, na África. Quanto à sua salvação rendeu novos contatos com árcades portugueses e lhe permitiu escrever a sua obra máxima, O Uraguai. Em relação a obra O Uraguai, gostaria de lembrar um pouco mais, ja que foi a sua obra mais marcante, como por exemplo: os personagens que Basílio da Gama criou foram: -Tanajura (feiticeira índia), Cacambo (chefe da tribo), Lindóia (mulher de Cacambo), Caitutu (guerreiro índio e irmão de Lindóia), Balda (padre jesuíta que administra a aldeia), Cepé (índio guerreiro) e General Gomes Freire de Andrade (chefe das tropas de Portugal).-
ResponderExcluirBasílio também criou outras obras que foram:
-Os campos elísios, 1776
-Quintúbia, 1791
Desde já agradeço pela atenção! Júlia Vieira e Izadora.
Olá Caveirinha da Reflexão!
ResponderExcluirSeu blog está ótimo, porém ao falar sobre Frei Santa Rita Durão (1722-1784) você se focou apenas em sua obra (O Caramuru) poderia ter acrescentado mais da vida deste, como sobre o período em que ele passou em Portugal por exemplo "Frei José Santa Rita Durão (1722-1784) foi um religioso agostiniano, orador e poeta que fez sua carreira e escreveu sua obra em Portugal e no Brasil colonial, estudou no colégio dos Jesuítas no Rio de Janeiro até os dez anos, partindo no ano seguinte para a Europa onde se tornaria padre agostiniano...", fora isso o conteúdo sobre a obra o Caramuru está ótimo.
Ótima contribuição
-Marcus Daniel Machado e Miguel Amaral Alves