A Independência da Índia


Durante o século XIX, a Inglaterra, soberana nos mares, expandiu a sua política imperialista e estabeleceu o domínio sobre a Índia. Inicialmente os ingleses mantiveram uma política de influência comercial na área, mas na segunda metade do século XIX, a Índia tornou-se efetivamente uma colônia da Grã-Bretanha. Essa política de dominação incluía desde a repressão física até o incentivo ao uso do entorpecente conhecido como ópio.
Por muitos anos os indianos foram espoliados pelos britânicos, embora tenha ocorrido uma incipiente industrialização, o que promoveu pequenas mudanças na tradicional forma de produção artesanal da Índia. Outra iniciativa da época colonial britânica foi estimular a formação de uma classe social detentora de terras. Ficaram conhecidos como Zamindars e estes, por sua vez, arrendavam parcelas de suas terras aos camponeses, conhecidos como Ryots.
Mesmo mantendo um rígido controle sobre a população indiana, já em meados de 1885 começaram a surgir movimentos independentistas e de contestação colonial. É bom salientar que na Índia vivia, nesse período, uma parcela da população vinculada à religião Muçulmana e outra à Hinduísta.
Os hindus organizam a sua sociedade em castas e aqueles que desobedecem aos rigores das leis de castas eram expulsos da sociedade. Os indivíduos excluídos do hinduísmo, sobretudo aqueles que pertenciam às castas inferiores, foram incorporados ao islamismo que experimentou um grande crescimento na Índia.
Da mesma maneira em que possuíam formas de organização diferentes, ambos os grupos religiosos estabeleceram maneiras peculiares de resistência à dominação inglesa. Em 1885, os hindus fundaram o Partido do Congresso, cuja principal liderança era o advogado conhecido mundialmente como Mahatma (“grande alma”) Gandhi.
As principais formas de resistência defendida por Gandhi, e seus seguidores, era a prática quotidiana da desobediência civil e da não violência. Com isso, eles procuravam desobedecer qualquer lei colonial, boicotavam os produtos ingleses, faziam greves de fome, mas nunca entravam em confronto direto com os colonizadores.
Os Muçulmanos se organizaram mais tarde, em 1906, na chamada Liga Muçulmana, liderada por Jinnah. Embora Gandhi propusesse a união dos dois segmentos para combater a dominação estrangeira, os muçulmanos romperam com o Partido do Congresso e enveredaram na luta pelo separatismo.
Durante toda a primeira metade do século XX a luta contra a dominação britânica se prolongou, mas foi justamente no curso da 2ª Guerra Mundial que o controle dos ingleses sobre a Índia foi abalado. Enfraquecida pelo desgaste da Guerra contra o Nazi-fascismo, pelas perdas humanas e do seu poder bélico, os ingleses finalmente foram obrigados a reconhecer, em 15 de agosto de 1947, a independência da Índia.

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