Teorias Evolutivas
As ideias a respeito da revolução podem ser agrupadas em duas
grandes linhas de raciocínio: o FIXISMO e o EVOLUCIONISMO.
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A Teoria Fixista está relacionada diretamente com as explicações religiosas para a origem e diversidade dos seres vivos (criacionismo). Segundo essa teoria, os seres vivos em nosso planeta teriam sido criados já com as formas e variedades atuais, por uma ou mais forças superiores, ou seja, um ou mais deuses.
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Dentro da linha de raciocínio da Teoria Evolutiva, todos os seres que existem hoje teriam surgido de ancestrais em comum, a partir de um de um processo de evolução, ou seja, de transformação e adaptação. O evolucionismo ganhou impulso com as teorias de Lamarck e Charles Darwin.
LAMARCKISMO
O naturalista francês foi o primeiro cientista a propor uma teoria
sistemática da evolução. Lamarck combatia as ideias criacionistas
e fixistas da época, e foi o primeiro a tentar explicar
cientificamente o mecanismo pelo qual a evolução acontece. A teoria
proposta por Lamarck em 1809, afirma que a evolução dos seres vivos
ocorre segundo duas leis, enunciadas a seguir:
• Lei do uso e desuso: quanto mais usadas as regiões ou órgão do
corpo, mas se desenvolvem; as partes não usadas vão se
enfraquecendo, atrofiando e diminuindo, chegando a desaparecer.
• Lei da herança dos caracteres adquiridos: as modificações
provocadas pelo uso ou desuso são transmitidas aos descendentes.
Essa teoria defende a ideia de que fatores ambientais novos provocam
o surgimento de modificações adaptativas, que podem ser
transmitidas aos descendentes. Chama a atenção para o fenômeno da
adaptação dos seres vivos ao ambiente. O grave equívoco da teoria
lamarckista é o de afirmar a herança de caracteres adquiridos.
DARWINISMO
Teoria proposta pelo inglês Darwin em 1859, publicada em seu livro
“A Origem das Espécies”, ele viajou o mundo todo no barco Beagle
para fazer este livro, incluindo o Brasil, mas principalmente a Ilha
de Galápagos. Defende que as modificações adaptativas das espécies
são escolhidas pelo mecanismo da seleção natural, atribuindo á
ação contínua deste mecanismo a origem de novas espécies ou a
extinção de outras.
A seleção natural é determinada pelos limites impostos por
condições ambientais. Na população há indivíduos menos e outros
mais adaptados. Estes últimos, com maiores chances de sobrevivência,
deixam um maior número de descendentes. A cada nova geração
aumenta o número de indivíduos melhores adaptados, sendo eliminados
gradativamente aqueles menos adaptados. O mecanismo de seleção
natural, ocorrendo por gerações sucessivas, provocaria o
aperfeiçoamento das adaptações, promovendo a alteração gradativa
das espécies.
Reunindo um grande número de evidências em seu trabalho, Darwin
tornou aceitável a ideia da evolução. Entretanto não foi capaz de
explicar a origem da variabilidade nas populações naturais.
As diferenças individuais, sobre as quais age a seleção natural,
devem ser obrigatoriamente hereditárias. O desconhecimento das
causas e mecanismos de hereditariedade levou Darwin a admitir a ideia
da herança dos caracteres adquiridos, produzidos em resposta a
ambientes particulares.
TEORIA SINTÉTICA DA EVOLUÇÃO (Neodarwinismo)
Embora Darwin estivesse correto na sua teoria da seleção natural,
seu principal ponto fraco consistia na explicação da origem e da
transmissão das variações que se verificam entre os indivíduos de
uma mesma espécie. A partir de 1930 os investigadores combinaram as
ideias de Darwin com as novas descobertas da citologia, genética,
bioquímica etc.. O resultado foi o surgimento de uma teoria
denominada Teoria sintética da evolução ou Neodarwinismo, que
combina as causas da variabilidade genética com os seus mecanismos
de perda.
Essa teoria estabelece que tanto a mutação como a seleção natural
atuam no processo seletivo. Os aspectos essenciais da teoria
sintética do neodarwinismo estão relacionados a seguir:
• As mutações são a fonte básica da variabilidade de genética
das populações;
• A maioria das mutações adaptativas não produz tipos
radicalmente novos; tais mutações se somam ao conjunto gênico
preexistente;
• A alteração dessas frequências depende da ação contínua da
seleção natural sobre o conjunto gênico das populações;
• O indivíduo isolado não tem significado evolutivo. As unidades
evolutivas, que se modificam ao longo de gerações sucessivas, são
as populações em que se organizam os indivíduos que compõem a
espécie.
População: conjunto de indivíduos de uma mesma espécie,
convivendo em um dado espaço durante determinado período de tempo.
Espécie: conjunto de indivíduos potencialmente intercruzáveis, com
produção de descendentes férteis.
Fontes de
Variabilidade
A variabilidade refere-se às diferenças entre indivíduos da mesma
espécie. Em populações naturais, a variabilidade deve-se a dois
tipos básicos de fatores: ambientais e genéticos.
Variabilidade devido ao ambiente: a variabilidade provocada pela ação
de fatores ambientais restringe-se ao aspecto fenotípico. Fatores
como exposição à luz solar, exercícios, acidentes, doenças,
nutrições etc. provocam modificações nos indivíduos a eles
submetidos. Embora estas modificações não sejam hereditárias, a
potencialidade de reagir aos fatores ambientais é determinada
geneticamente.
Variabilidade devido a fatores gênicos: é toda alteração em
qualquer seqüência de bases nitrogenadas do DNA, responsável por
determinada característica do organismo. As mutações geralmente se
originam espontaneamente, por acidentes na duplicação do DNA ou no
metabolismo celular, havendo vários agentes mutagênicos de natureza
física ou química.
O efeito de uma mutação vai depender do local em que ela ocorre e
do tipo de alteração provocada. Podendo ocorrer em qualquer célula
do organismo, só terão conseqüência evolutiva as mutações que
ocorrerem nas células germinativas, que originarão os gametas. A
mutação ocorrida em uma célula somática não será hereditária,
ficando restrita ao organismo atingido.
As mutações diversificam o material genético: uma população com
maior variabilidade tem maiores chances de se ajustar a novas
condições ambientais do que uma população mais homogênea.
As mutações, que ocorrem aleatoriamente, são geralmente
desfavoráveis, pois os organismos estão adaptados ao seu ambiente.
Se houver alteração do ambiente, os portadores de características
diferentes poderão ser favorecidos.
Mutação cromossômica: consiste em quaisquer alterações na
estrutura ou número de cromossomos. As mutações cromossômicas
geralmente acarretam alterações fenotípicas muito grandes; são
quase sempre deletérias: ocasionam esterilidade, morte precoce,
debilidade física e mental etc.
O papel evolutivo das mutações deve-se ao acúmulo de pequenas
alterações ao longo de gerações sucessivas. Organismos
considerados mutantes são portadores de mutações ocorridas em seus
ancestrais.
Recombinação: a recombinação genética consiste no rearranjo dos
genes existentes em uma população. A recombinação promove o
surgimento de genótipos novos sem a ocorrência de mutações. Os
mecanismos que promovem a recombinação são a reprodução sexuada
e a permuta entre porções de cromossomos homólogos (crossing-over
na meiose).
Migração: A migração corresponde à entrada ou à saída de
indivíduos em uma população. A entrada denomina-se imigração e a
saída, emigração. Pelos processos migratórios é possível que
genes novos sejam introduzidos em uma população. Assim, se
indivíduos emigrarem de uma população para outra da mesma espécie,
poderão introduzir genes que não ocorreriam na população para a
qual imigrarem, contribuindo para o aumento da variabilidade
genotípica dessa população.
Mecanismos de perda da
variabilidade
Seleção natural: Através da ação restritiva do meio ambiente,
indivíduos portadores de mutações deletérias tendem a ser
eliminados, reduzindo a variabilidade genética da população.
Seleção artificial: Como o nome indica, é determinada pela
intervenção humana nos ecossistemas e na reprodução dos
organismos. O homem atua como agente seletivo, “escolhendo” os
indivíduos que sobrevivem e os que são eliminados. Deste modo,
controlando os indivíduos que se reproduzem, condiciona-se o
patrimônio genético das gerações futuras, bem como a sua
evolução.
Deriva gênica: É um processo casual, atuante sobre as populações,
modificando a frequência dos alelos e a predominância de certas
características na população. É mais frequente ocorrer em
populações pequenas e as alterações induzidas poderão não ser
adaptativas. Desastres ambientais, meteoros e outros cataclismos
podem promover grande redução no número de indivíduos na
população e os indivíduos restantes, não necessariamente mais
aptos, permitirão um novo crescimento populacional.
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