Evidências da Evolução
As
evidências da evolução normalmente encontram-se relacionadas com
documentos fósseis do passado ou em comparações entre os seres
vivos e sua distribuição geográfica. Evidências fósseis são
vestígios deixados por seres vivos, soterrados nas profundezas de
mares, oceanos, lagos ou vales. Normalmente são esqueletos
mineralizados, chegando a manter a forma original ou, em muitos
casos, deixando apenas moldes nas rochas.
Analisando
as semelhanças e diferenças existentes entre as espécies, pode-se
concluir que ocorreu surgimento de algumas espécies e
desaparecimento de outras ao longo do tempo.
Anatomia
comparada
A
anatomia comparada tem por finalidade estudar as semelhanças e
diferenças entre as estruturas anatômicas de duas ou mais espécies
para determinar o grau de parentesco. Os estudos da anatomia
comparada utilizam dois tipos de órgãos: os homólogos e os
análogos.
Órgãos
homólogos
São
aqueles que apresentam a mesma origem embrionária e semelhanças
anatômicas, mas realizam funções diferentes. Provavelmente as
diferenças nas funções devem-se a adaptação a
ambientes diversos, de espécies que se originam de um ancestral
comum. Uma vez que o ancestral das espécies que possuem essa
estrutura é comum, dizemos que o processo evolutivo que a gerou foi
uma irradiação adaptativa (divergência evolutiva), no qual uma
espécie ancestral origina diversas novas espécies através do
acúmulo de mutações e da seleção natural diferenciada.
Órgãos
análogos
São
aqueles que apresentam origem embrionária e estruturas anatômicas
diferentes, mas exercem a mesma função. Semelhança entre
estruturas unicamente pelo fato de exercerem a mesma função, mas
que não derivam de um ancestral comum. As estruturas análogas não
refletem parentesco evolutivo. As estruturas análogas derivam de um
processo denominado convergência evolutiva, que ocorre quando grupos
não aparentados se assemelham em função da adaptação a uma mesma
condição ecológica.
Órgãos
vestigiais
Trata-se
de órgãos atrofiados, que não desempenham funções no organismo
em que se encontram.
Evidências
moleculares
Sabemos
que todos os seres vivos celulares possuem o material genético
armazenado na forma de DNA. Modificações nesses ácidos nucleicos
foram fundamentais à evolução, desta forma a comparação dos
ácidos nucleicos, e até mesmo das proteínas, podem ser importantes
ferramentas para o estabelecimento das relações filogenéticas
entre os seres vivos.
Especiação
O termo “espécie”
vem do latim species e significa tipo, qualidade. É empregado na
linguagem cotidiana para designar tanto organismos vivos como coisas
não vivas. Existem vários conceitos de espécies, mas em 1942,
Ernest Mayr(1945-2005) propôs uma definição de espécie válida
até hoje, apesar de suas limitações. Nessa definição, “espécie
é um grupo de populações cujos indivíduos são capazes de cruzar
e produzir descendentes férteis, em condi- ções naturais, estando
reprodutivamente isolados de indivíduos de outras espécies”. Há
dois modelos básicos de especiação: por anagênese e por
cladogênese.
Anagênese:
(do grego: aná – movimento de baixo para cima, e génesis:
origem.). Consiste na transformação das características dentro de
uma espécie, com mudanças graduais que levam à adaptação
evolutiva. Uma população vai lentamente se adaptando a modificações
ambientais, de tal forma que a população final é tão diferente da
inicial, que pode ser considerada outra espécie.
Cladogênese:
(do grego: kladós= ramo, gênese= origem.). Compreende processos
responsáveis pela ruptura original de uma população (clados),
gerando duas ou mais populações que não podem mais trocar seus
genes entre seus indivíduos. Essa ruptura pode ocorrer em função
de fenômenos da deriva gênica, do surgimento de barreiras
geográficas e mesmo da ocorrência de mutações. Se permanecerem
separadas, sem trocar genes, cada uma dessas populações passa a ter
sua própria história evolutiva e, em função dos eventos
anagenéticos, essas populações modificam-se ao longo do tempo,
podendo originar uma espécie distinta.
Gradualismo e
Equilíbrio Pontuado
Durante o
processo de evolução das espécies, correntes de pensamentos
divergentes propuseram teorias para explicar a formação e
perpetuação de novas espécies, através de mecanismos de
especiação.
Por volta de 1859
a 1972, vigorava a teoria do Gradualismo, proposta por Charles
Darwin, defendendo o acúmulo de pequenas modificações ao longo de
várias gerações, portanto um evento lento, condicionado pela
transferência hereditária de mudanças no comportamento morfológico
e fisiológico do indivíduo.
Contrária a essa
corrente, surgiu uma teoria científica formulada após 1972, pelos
paleontólogos evolucionistas Stephen Jay Gould e Niles Eldredge,
denominada de equilíbrio pontuado (saltacionismo, pontualismo ou
teoria dos equilíbrios intermitentes). Segundo essa linha de
pensamento, a evolução de uma espécie não ocorre de forma
constante, mas alternada em períodos de escassas mudanças, com
súbitos saltos que caracterizam alterações estruturais ou
orgânicas adaptadas e selecionadas.
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