Revolução Francesa


Liberdade, Igualdade e Fraternidade”.
Influenciada por ideias iluministas, essa revolução, acontecida de 1789 até 1799 marca o início da Idade Contemporânea. Teve grande influência em vários movimentos pelo mundo, incluindo a Conjuração Mineira. Esse movimento teve a participação de vários grupos sociais. Ela pode ser dividia em três fases: primeira fase, tomada de Bastilha; segunda fase, governo jacobino; terceira fase, morte de Robiespierre e tomada de poder por Napoleão.
A população da França era a maior do mundo e ainda era dividida de maneira feudal e medieval (Clero, Nobreza e Povo\Servo). O Clero possuía duas divisões: o alto clero, que era os de origem nobre e o baixo clero, de origem plebeia. A Nobreza podia ser divida em três tipos: A Nobreza cortesã eram aqueles que moravam no Palácio de Versalhes; a Nobreza provincial, eram nobres que viviam no interior; e a Nobreza de Toga, eram burgueses que compravam títulos de nobreza, cargos políticos e administrativos.
Tal qual a época medieval, o povo tinha que arcar com todas as despesas do Primeiro e Segundo Estado. Com o passar do tempo e influenciados pelos ideais do Iluminismo, o Terceiro Estado começou a se revoltar e a lutar pela igualdade de todos perante a lei. Pretendiam combater, dentre outras coisas, o absolutismo monárquico e os privilégios da nobreza e do clero.
A economia francesa passava por uma crise, tanto na agricultura como no começo de sua industrialização (sua indústria têxtil não era capaz de concorrer com os tecidos ingleses). Fazendo com que houvesse um grande número de desempregados e violência.
Outra importante causa para a Revolução foi os envolvimentos da França na Guerra de Independência dos Estados Unidos, além da participação e derrota na Guerra dos Sete Anos. Outros motivos importantes para esse movimento foi um conjunto de circunstâncias levou a economia a uma grave crise: técnicas agrícolas rudimentares, colheitas ruins levam a fome, aumento do custo de vida, baixos salários, etc.
Toda esta situação fazia com que a burguesia (ligada à manufatura e ao comércio) ficasse cada vez mais infeliz. A fim de contornar a crise, o Rei Luís XVI resolveu cobrar tributos do clero e a nobreza, em uma convocação da Assembleia dos Notáveis, que não aceitariam a cobrança.
Sentindo que seus privilégios estavam ameaçados, o Primeiro e Segundo Estado se revoltaram e pressionaram o rei para convocar a Assembleia dos Estados Gerais que ajudaria a obrigar o povo a assumir os tributos.
Em maio de 1789, após a reunião da Assembleia no palácio de Versalhes, surgiu o conflito entre os privilegiados e o povo. A nobreza e o clero perceberam que o povo tinha mais deputados que os dois primeiros estados juntos, então, queria de qualquer jeito fazer valer o voto por ordem social. O povo queria que o voto fosse individual.
Para que isso acontecesse, seria necessária uma alteração na constituição, mas a nobreza e o clero não concordavam com tal atitude. O rei então fecha a Assembleia. Nesse momento, os representantes do Terceiro Estado, liderados pela burguesia, transferiram-se para um salão de jogos do palácio, onde ocorre o “Juramento do Jogo da Pela”, onde os deputados juram não se dissolverem até a formação de uma Constituição, formando a Assembleia Nacional Constituinte.
Em 14 de julho de 1789 os parisienses, com medo de um boato, invadiram e tomaram a Bastilha (prisão) que representava o poder absoluto do rei, já que era lá que ficavam os inimigos políticos dele. Marca o início da Revolução Francesa.
Em agosto de 1789 a Assembleia Nacional Constituinte proclamou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, além de cancelar todos os direitos feudais que ainda existiam e os bens da Igreja foram confiscados.
Em 1791, foi concluída a Constituição feita pelos membros da Assembleia Constituinte. O voto se tornara censitário (condicionado à renda), de modo que a maioria dos membros pertencia à elite burguesa. Três poderes, tal qual Montesquieu sugere. Igualdade jurídica e religiosa, sem privilégios, além de fortalecer o cancelamento dos direitos feudais, nacionalizam os bens do clero e integrando o Estado com a Igreja. Liberdade na economia e proibição de greve, como a burguesia queria.
O rei Luís XVI não aceitou a perda do poder e passou a conspirar contra a revolução, para isso contatava nobres emigrados e monarcas da Áustria e Prússia (que também se sentiam ameaçados). O objetivo dos contrarrevolucionários era organizar um exército que invadisse a França e restabelecesse a monarquia absoluta
Em 1791, Luís XVI, que até aquele momento exercia sua função em uma monarquia constituinte, quis se unir aos contrarrevolucionários e fugiu da França, mas foi reconhecido, capturado, preso e mantido sob vigilância.
Em 1792, o exército austro-prussiano invadiu a França, mas foi derrotado pelas tropas francesas na Batalha de Valmy. Essa vitória deu nova força aos revolucionários franceses e tal fato levou os líderes da burguesia decidir proclamar a República.
Nessa época, as forças políticas que mais se destacavam eram as seguintes:
  • Girondinos: alta burguesia que defendiam posições moderadas, combatiam a ascensão dos sans-culottes (os que não usavam culotes, traje da nobreza, ou seja, o povo)
  • Jacobinos: burguesia (pequena e média) e o proletariado de Paris. Eram radicais e defendiam os interesses do povo. Liderados por Robespierre e Saint-Just, pregavam a condenação à morte do rei. Às vezes podendo ser chamados de Montanheses e Cordeliers (cordeleiros)
  • Grupo da Planície: Apoiavam sempre quem estava no poder.
Mesmo com o apoio dos girondinos, Luís XVI foi julgado e guilhotinado em janeiro de 1793.
Foram criados, pelos jacobinos, o Comitê de Salvação Pública (administração e combates de tropas estrangeiras) e o Tribunal Revolucionário (responsável pela morte na guilhotina de muitas pessoas que eram consideradas traidoras da causa revolucionária).
Esse período ficou conhecido como “Terror”, ou "Grande Medo", pois os não-jacobinos tinham medo de perder suas cabeças.
Nesse período, também houve uma mudança na Constituição, com sufrágio universal masculino e o fim da escravidão nas colônias. Também permitiu acesso dos camponeses pobre às terras.
Começa uma ditadura jacobina, liderada por Robespierre. Até mesmo o calendário foi mudado, um ato anticlerical. O calendário Juliano, passaria, em 1893, a ser Republicano.
Quando as tensões decorrentes da ameaça estrangeira diminuíram, os girondinos e o grupo da planície uniram-se contra Robespierre que sem o apoio popular foi preso e guilhotinado em 27 de julho de 1794, episódio conhecido como “9 do Termidor”. Também conhecido esse processo por Reação Termidoriana.
Após a sua morte, a Convenção Nacional foi controlada por políticos que representavam os interesses da alta burguesia, sendo uma fase conservadora da Revolução. Com nova orientação política, essa Convenção decidiu elaborar outra constituição para a França.
Nessa época, Napoleão Bonaparte ganhou prestígio como militar e com o apoio da burguesia e do exército, provocou um golpe, mesmo tendo sido também apoiado pelo Diretório que estava em crise e via na imagem dele a salvação.
Em 9 de novembro de 1799, Napoleão dissolveu o Diretório, atual governo estabelecido, e estabeleceu um novo governo chamado Consulado. Esse episódio ficou conhecido como “18 Brumário”. Encerrando o período revolucionário, retomando inclusive a autocracia do período real, mas dando privilégios para a burguesia que o apoiou.

Comentários