Revolução (ou Golpe) de 30 e Era Vargas
A
Era Vargas ou Período
Getulista
tem inicio com a Revolução de 1930, que expulsou
do poder a oligarquia cafeeira,
pondo vim a República Velha. Com o impacto da crise de 1929, o então
presidente paulista Washington Luís resolveu apoiar a candidatura de
seu conterrâneo Júlio Prestes. Conhecida como “Política do Café
Puro”, a candidatura de Júlio Prestes rompeu com o antigo arranjo
da “Política do Café com Leite”.
Insatisfeitos
com tal medida, um grupo de oligarquias dissidentes –
principalmente de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba –
criaram uma chapa eleitoral contra a candidatura de Júlio Prestes.
Conhecida como Aliança Liberal, a chapa encabeçada pelo gaúcho
Getúlio Vargas prometia um conjunto de medidas reformistas.
Sob
um clima de desconfiança e tensão, o candidato Júlio Prestes foi
considerado vencedor das eleições daquele ano. Mesmo com a derrota
dos liberais, um possível golpe armado ainda era cogitado. Com o
assassinato do liberal João Pessoa, em julho de 1930, fato que gerou
revolta popular em várias regiões do Brasil, o movimento
oposicionista articulou a derrubada do governo oligárquico com o
auxílio de setores militares, que por sua vez era desfavorável ao
governo vigente desde o tenentismo.
Ramifica-se
em três momentos: o Governo Provisório (1930-1934); o Governo
Constitucional (1934-1937); e o Estado Novo (1937-1945).
Durante
o Governo Provisório, o presidente Getúlio
Vargas
deu
início ao processo de centralização do poder, eliminou os órgãos
legislativos, designando representantes do governo para assumir o
controle dos estados, os
chamados interventores, em geral tenentes, e
obstruiu o conjunto de leis que regiam a nação.
A
oposição às ambições centralizadoras, principalmente paulista e
de origem dos cafeicultores, de Vargas ganhou o nome de Revolução
Constitucionalista de 1932, exigindo a realização de eleições
para a elaboração de uma Assembleia Constituinte e uma nova Carta
Constitucional, utilizando a sigla dos nomes dos manifestantes mortos
em um dos conflitos, MMDC.
Até mesmo um “Exército Constitucionalista” fora formado, com
mais de 200 mil homens, porém, que fora derrotada pelo governo.
Apesar
do desbaratamento do movimento, o presidente convocou eleições para
a Constituinte em 1933 e, em 1934, apresentou a nova Carta.
A
Carta de 1934 deu maiores poderes ao poder executivo, adotou medidas
democráticas e criou as bases da legislação trabalhista. Além
disso, sancionou o voto secreto e o voto feminino. Em
1934, Vargas foi eleito de forma indireta pela Assembleia
Constituinte como presidente constitucional do Brasil, com mandato
até 1937.
Durante
o Governo Constitucional, a alteração política se deu em volta de
dois ideários primordiais: o fascista – conjunto de ideias e
preceitos político-sociais totalitários introduzidos na Itália por
Mussolini –, defendidos pela Ação Integralista Brasileira, e o
democrático, representado pela Aliança
Nacional Libertadora,
que contava com indivíduos partidários das reformas profundas da
sociedade brasileira e liderada pelo Partido Comunista
Brasileiro (PCB).
Getúlio
Vargas, porém, cultivava uma política de centralização do poder
e, após a experiência frustrada de golpe por parte da esquerda - a
histórica Intentona Comunista, comandada por Prestes e pelo
Partido Comunista Brasileiro em nome da Aliança Nacional
Libertadora,
que devido
à falha de articulação, ter ocorrido em cidades diferentes em
datas diferentes e adesão de outros estados, a chamada Intentona
Comunista, foi facilmente controlada pelo governo, também conhecida
como Revolta Vermelha de 35 ou Levante Comunista
-, ele suspendeu outra vez as liberdades constitucionais, fundando um
regime ditatorial em 1937, utilizando o Plano
Cohen como desculpa,
chamado de Estado Novo.
Nesse
mesmo ano, estabeleceu uma nova Constituição, influenciada pelo
arquétipo fascista polonês, chamada por isso de "Polaca",
que afiançava vastos poderes ao Presidente. A nova constituição
acabava com o Legislativo e determinava a sujeição do Judiciário
ao Executivo. Objetivando um domínio maior sobre o aparelho de
Estado, Vargas instituiu o Departamento Administrativo do Serviço
Público (DASP) e o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), que,
além de fiscalizar os meios de comunicação, deveria espalhar uma
imagem positiva do governo e, especialmente, do Presidente. Nesse
período começou a ser transmitido, por rede de rádio, o programa
"Hora do Brasil".
O
Estado Novo implantou no Brasil a doutrina política de intervenção
estatal sobre a economia e, ao mesmo tempo em que proporcionava
estímulo à área rural, apadrinhava o crescimento industrial, ao
aplicar fundos destinados à criação de infraestrutura industrial.
Com o inicio da Segunda Guerra, o Brasil precisava agora produzir
aquilo que importava. Surgiram,
assim, grandes empresas estatais que garantiriam o suprimento de
produtos indispensáveis ao desenvolvimento das demais
indústrias.
A
participação do Brasil na Segunda
Guerra Mundial contra
os países
do Eixo foi
a brecha que surgiu para o crescimento da oposição ao governo de
Vargas. Assim, a batalha pela democratização do país ganhou
fôlego.
Com
o fim da Segunda
Guerra Mundial e
a queda dos regimes fascistas, o “Estado Novo” varguista entrou
em crise, pois o seu formato autoritário de governo sofreu um grande
desprestígio. Começou a fase de redemocratização do Brasil, sendo
permitindo a criação de partidos e a realização de eleições
gerais. Nesse momento surgem quatro grandes partidos:
UDN
(União Democrática Nacional), que lançou a candidatura de Eduardo
Gomes para a presidência;
PSD
(Partido Social Democrático) que coligado ao PTB (Partido
Trabalhista Brasileiro) lançaram a candidatura de Eurico Gaspar
Dutra, apoiados por Getúlio Vargas;
PCB
(Partido Comunista Brasileiro) que tinha como candidato Yedo
Fiúza.
Desse
modo, a mesma junta militar que ajudou Getúlio Vargas a erigir sua
ditadura acabou por depô-lo do poder. Ainda que o político gaúcho
tenha articulado, em 1945, o chamado “queremismo” (movimento
popular em prol de sua permanência na presidência da República,
que gritava o bordão “Queremos Getúlio!”), não conseguiu
evitar o seu afastamento. Era o fim da Era Vargas, mas não o fim de
Getúlio Vargas, que em 1951 retornaria à presidência pelo voto
popular. Pressionado por vários setores da sociedade, principalmente
pelo jornalista e político Carlos Lacerda, a
renunciar em razão das medidas populistas que vinha adotando em seu
governo, Vargas acaba suicidando-se, deixando uma carta, fazendo de
sua morte, um ato heroico.
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